Em 2010 (salvo o erro) fui ao cinema ver o filme Eat Pray Love. Não me lembro muito bem do filme, só me lembro que era protagonizado pela Julia Roberts e contava com Javier Bardem. Agora, e depois de ir ao youtube ver o trailer, acho que não passa de um filme de domingo à tarde. Li o livro que dá o mote para o filme, da autoria de Elizabeth Gilbert, porque andava cá por casa e apetecia-me ler alguma coisa mais leve e que exigisse, em termos emocionais, pouco de mim. Isto será o equivalente a um típico filme de domingo à tarde mas com a esperança de que fosse mais do que isso porque afinal de um livro eu espero sempre mais profundidade.
Liz, como é tratada pelos amigos, é uma jornalista americana imensamente apaixonada por viajar. Depois de um divórcio complicado e extenuante, e de perceber que a vida dela tem sido sempre centrada no namorado ou marido ao invés de ser centrada em si própria, decide partir à descoberta de uma vida nova e do mundo durante um ano. Comer Orar Amar é o relato, em primeira mão, das suas viagens.
O livro divide-se em três partes, 3 destinos, com 36 capítulos cada. Primeiro Itália, depois Índia e por fim Indonésia. Não sei se já referi em algum post anterior mas a Índia é o país que mais quero visitar na minha vida, a minha viagem de sonho, e sempre quis viver em Itália (nem que fosse por poucos meses, como acontece com Liz) e era impossível dizer não à Indonésia. Portanto, se não fosse por mais nada, estes destinos chamavam por mim.
Apesar de ter gostado da vida no ashram da Índia e da tranquilidade que vive na Indonésia, a minha parte favorita foi a primeira, em Itália. Primeiro, porque a Liz tem um amigo chamado Luca Spaghetti (imaginem só o que é ter o nome Spaghetti em Itália!). Segundo, porque eu adoro comer e a comida italiana é, no mínimo, tentadora e a Liz farta-se de comer pizza e massas e afins. Terceiro, porque num dos capítulos (talvez o capítulo que gostei mais de ler) ela nos relata a sua primeira experiência num jogo de futebol, mais especificamente num Lazio - Roma, e nos dá a conhecer algum calão italiano, naquilo que nos descreve como um "delirante banquete de língua italiana", através de um adepto que começa por achar que o jogador está a fazer tudo bem e é o maior, para achar que está a fazer tudo mal e é um cafone e traitore (ou seja, um estúpido e um traidor). Todos nós conhecemos adeptos destes, certo? Termina este capítulo com a frase "Adoro Itália" depois de perceber que, quando a Lazio perde (ou ganha, ou empata... não importa), os adeptos vão sair. Não para um bar, como ela esperava. Mas para uma padaria e depois ficam "na rua durante horas, encostados às suas motas, a falar sobre o jogo, com um ar todo másculo a comerem folhados com creme". Eu pergunto-me: há como não adorar Itália?
Não é o tipo de livro que me faz ficar desconfortável ou irrequieta e que não me deixa dormir à noite (e eu adoro esses livros!) mas é um livro com uma escrita fluída, fácil de ler e com histórias muito divertidas e personagens (reais!) de quem nos apetece ficar amigos! Era aquilo que me apetecia ler. E deixou-me com uma tremenda vontade de viajar!
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