domingo, 28 de fevereiro de 2016

88th Academy Awards

Pela 88º vez a Academia vai entregar vários prémios a quem se destacou no cinema em 2015. A cerimónia, de proporções globais, começa dentro de pouco tempo e eu, que dispenso a red carpet estou aqui pronta a dar-vos a conhecer as minhas previsões nas seis categorias principais porque, pela primeira vez, vi os filmes todos nomeados nas seguintes categorias: melhor filme, melhor realizador, melhor actriz, melhor actor, melhor actor secundário e melhor actriz secundária. O meu próximo objectivo é ver todos os filmes (de todas as categorias)! Os dois filmes com mais nomeações são The Revenant, com 12 no total, e Mad Max: Fury Road, com 10.

Melhor Filme
O vencedor quase certo da estatueta mais importante será The Revenant. Não tenho grandes dúvidas e não queria que fosse outro. A haver surpresas (e estou certa de que não haverá) gostava de ver Room como melhor filme.
Os nomeados contam com filmes muito bons, como os que acabei de referir (que são os meus favoritos) mas também conta com filmes medianos (The Martian e Brooklyn, que não pensei ver nomeados) e um filme que, para mim, foi um verdadeiro suplício.
Nomeados:
Bridge of Spies
The Big Short
Mad Max: Fury Road
Brooklyn
Spotlight
The Martian
Room
The Revenant

Melhor Realizador
Provavelmente Alejandro G. Iñarritu vencerá com The Revenant. Provavelmente sem grandes dúvidas. A haver dúvidas, seriam provavelmente causadas por Lenny Abraam com Room que fez, também ele, um trabalho soberbo ou Adam McKay com The Big Short
Nomeados:
Adam McKay - The Big Short
Alejandro G. Iñarritu - The Revenant
George Miller - Mad Max: Fury Road
Lenny Abrahamson - Room
Tom McCarthy - Spotlight

Melhor Actor
Leonardo DiCaprio com The Revenant. Apesar de não ter sido o melhor desempenho da sua carreira, foi inegavelmente brilhante. Quando vi The Danish Girl fiquei com as minhas dúvidas. Eddie Redmayne tem o desempenho que a Academia costuma premiar. Basta ver pelos últimos anos. Ainda assim, acho que não tira os holofotes do DiCaprio desta vez. Gostava de ter visto o pequeno Jacob Tremblay nomeado e o enorme Samuel L. Jackson em The Hateful Eight.
Nomeados:
Bryan Cranston (Trumbo)
Eddie Redmayne (The Danish Girl)
Leonardo DiCaprio (The Revenant)
Matt Damon (The Martian)
Michael Fassbender (Steve Jobs)

Melhor Actriz
Estou certa de que será Brie Larson com Room. Não há muito a acrescentar. Totalmente intocável. Duvido que haja alguma surpresa nesta categoria.
Nomeadas:
Brie Larson (Room)
Cate Blanchett (Carol)
Charlotte Rampling (45 Years)
Jennifer Lawrence (Joy)
Saoirse Ronan (Brooklyn)

Melhor Actor Secundário
Gostava de ver Mark Ruffalo (Spotlight) levar a estatueta, mas não estou certa de que o fará. O meu instinto grita Sylvester Stallone (Creed). Grandes interpretações de excelentes actores.
Nomeados:
Christian Bale (The Big Short)
Tom Hardy (The Revenant)
Mark Ruffalo (Spotlight)
Mark Rylance (Bridge of Spies)
Sylvester Stalone (Creed)

Melhor Actriz Secundária
Pessoalmente, era a categoria mais complicada para eleger uma vencedora. Interpretações soberbas de todas elas. Acho sinceramente que é a categoria mais renhida e que as probabilidades estão muito equilibradas. No entanto, acho que a estatueta vai para Alicia Vikander, em The Danish Girl, ou para Jennifer Jason Leight, em The Hateful Eight. A única categoria em que não consigo dizer quem é o elo mais fraco! Muito, muito, muito disputada! A apostar só numa, diria que Alicia vence.
Nomeadas:
Jennifer Jason Leight (The Hateful Eight)
Rooney Mara (Carol)
Rachel McAdams (Spotlight)
Alicia Vikander (The Danish Girl)
Kate Winslet (Steve Jobs)

Dos nomeados a melhor filme, escolho três, que acredito que vou rever: The Revenant, Spotlight e Room. O vencedor da noite deverá ser The Revenant, e a maioria dos prémios técnicos devem ir para Mad Max (o filme não me agrada, mas reconheço o que tem de bom). Agora está quase quase a começar a cerimónia e espero que seja, sobretudo, uma boa cerimónia, com momentos engraçados (não me desiludas Chris Rock) e estou ansiosa para ouvir os discursos porque pela primeira vez eles não vão receber a estatueta e debitar 500 mil nomes de pessoas que nem sabemos quem são, porque os agradecimentos vão passar em rodapé. Que seja memorável! Divirtam-se!

Sétima Arte | The Hateful Eight & Room & The Revenant

The Hateful Eight
Quentin Tarantino já disse que vai realizar dez filmes na sua carreira. The Hateful Eight é o oitavo.
O oitavo não é o melhor de Tarantino, mas mais ninguém poderia fazer quase três horas de filme passarem tão rápido. Não é um filme para as massas (acho que os filmes de Tarantino não o são), mas tem tudo o que é preciso para ser excelente: a banda sonora de Enio Morricone, o desempenho brutal de todo o elenco com claro destaque para Samuel L. Jackson e Jennifer Jason Leight (que lhe valeu a nomeação a melhor actriz secundária) e diálogos maravilhosos.
Tarantino era o único que podia realizar The Hateful Eight com tanta mestria e qualidade!

Room
É impossível esquecer Room. Não precisei de muito para perceber isso. Ver o mundo pelos olhos de uma criança que não conhece o mundo quase nos leva às lágrimas. A simplicidade e a inocência de Jack (Jacob Tremblay) são marcantes.
É daqueles filmes que têm o poder de afectar o espectador não só psicologicamente mas também fisicamente. Dói e destrói. É com filmes destes que nos apaixonamos por cinema, uma e outra vez!
Lenny Abrahamson tem a capacidade e a qualidade para nos fazer sentir enclausurados dentro de um quarto, como se nós também nunca de lá tivéssemos saído, como se aquele fosse o mundo que conhecemos; e tem a capacidade e a qualidade de nos fazer descobrir, ao mesmo tempo que Jack, que afinal o mundo é muito maior, com muitas mais pessoas e árvores de verdade e portas que abrem e que dão para outras portas.
Jacob Tremblay, com apenas 9 anos, faz veteranos corar de inveja. O miúdo é um diamante em bruto e não era escândalo nenhum vê-lo nomeado na categoria de melhor actor. Brie Larson é fantástica e merece totalmente a nomeação (e provavelmente será a vencedora). Inesquecível e dos filmes que vão ser recordados por muito tempo! Room vai, provavelmente, destruir-te. E dar-te vida outra vez!


The Revenant
Todos os elementos de The Revenant são marcantes. Felizmente não me escapou no cinema. Se há filme que vale a pena dar 6€ para ir ao cinema, é este!
Não é o melhor de Leonardo DiCaprio, mas é bom o suficiente para lhe garantir a nomeação e lhe ter garantido todos os prémios que precedem os Prémios da Academia (inclusive o Globo de Ouro). Hugh Glass não é um homem de muitas palavras, mas percebemos-lhe a sede de vingança, a determinação e a resistência. Para além de DiCaprio, valeu a Tom Hardy, merecidamente, a nomeação a melhor actor secundário.
The Revenent é uma obra-de-arte e é uma regalia para os olhos. Indicado em 12 categorias, acredito piamente que será o vencedor da noite e com toda a justiça. Iñarritu mostra-nos que sabe muito bem aquilo que anda aqui a fazer!

Sétima Arte | Trumbo & The Martian & Mad Max

Trumbo
Fiquei extremamente feliz quando vi o Mr. White, perdão, o Bryan Cranston, nomeado para o Oscar de melhor actor, ainda antes de ter visto Trumbo, porque sabia que é um actor de enorme qualidade e capaz de fazer magia no ecrã.
Desta vez fá-lo na pele de Dalton Trumbo. Trumbo foi um dos homens que marcou os dias negros de Hollywood e cuja história é trazida agora à ribalta.
É um filme interessante mas que tem dois pontos, em particular, que merecem ser referenciados: o primeiro é, naturalmente, Bryan Cranston; o segundo é o tema importante que, se não fosse por este filme, eu nem sequer tinha conhecimento. Trumbo foi proibido de trabalhar (continuou a trabalhar, e a ganhar prémios com o seu trabalho, mas de forma clandestina) e colocado numa "lista negra" porque simpatizava com os ideais comunistas. É ridículo que se proíba alguém de trabalhar com base nas suas ideologias, ou pelas suas ideologias serem contrárias à maioria.
A nomeação de Cranston a melhor actor parece-me justa e ainda que não seja um filme revolucionário ou inesquecível, vale a pena ver. Principalmente, para não voltar a repetir os erros do passado!

The Martian
Só descobri que The Martian era uma comédia quando ganhou o Globo de Ouro de Melhor Comédia. Quando vi a notícia fiquei baralhada. Spy, nomeado na mesma categoria, é uma comédia. The Martian às vezes dá para rir, o que não o torna numa comédia. Eu percebi a lógica, no entanto: o The Revenant, Room, Spotlight e etc. estavam nomeados na categoria de drama e contra esses filmes duvido que The Martian tivesse hipótese de ganhar. Como duvido que tenha alguma hipótese hoje.
É um filme que tem capacidade de entreter e de nos manter presos ao ecrã (apesar de sabermos de antemão que tudo vai ficar bem) e foi o filme de ficção científica que mais gostei de ver o ano passado. Matt Damon faz o que lhe compete, é engraçado quando precisa de ser e corresponde ao que o personagem pede e isso valeu-lhe a nomeação a melhor actor.

Mad Max: Fury Road
Se não fosse pelos nomeados ao Oscar de melhor filme do ano passado, Whiplash provavelmente passar-me-ia ao lado. O que era um crime porque é um óptimo filme! Se não fosse pelos nomeados ao Oscar de melhor filme deste ano, provavelmente Mad Max passar-me-ia ao lado, e eu acho que não perdia nada!
A minha primeira tentativa de ver este filme foi no Verão. Na primeira cena (ou segunda, ou a começar) aparece um homem no meio do deserto a comer um bicho (vivo!) como quem vai à cozinha comer uma Oreo. Revirei os olhos e não quis saber mais disto. Nem o giraço do Tom Hardy (que estava a comer o bicho) me convencia. Até ver que estava nomeado para... (rufar de tambores) DEZ oscares!!!!! Pensei com os meus botões que podia ter feito um julgamento demasiado rápido e podia ter sido injusta. Dei-lhe uma segunda oportunidade.
Devo dizer que eu sou suspeita. Não sou fã de filmes que se desviem demasiado da realidade. É o meu gosto pessoal e desde que me lembro que este género de filmes não me dá gozo nenhum. Sei que um dos objectivos do cinema é "tirar-nos" deste planeta e envolver-nos no planeta dentro do ecrã mas ainda assim prefiro coisas mais... naturais.
Voltando ao Mad Max. Dei-lhe uma segunda oportunidade. Fiz o esforço de ver até ao fim, são duas horas. Muito sinceramente o filme pareceu-me quase todo igual: conduzir a "máquina de guerra". Foi isso que retive do filme. Entendo a nomeação para o Oscar, por exemplo, de melhores efeitos visuais e melhor caracterização. Melhor filme? Pessoalmente, substituía-o com facilidade nos nomeados porque foi dos filmes mais aborrecidos que já vi.

Sétima Arte | Brooklyn & Spotlight & Carol

Brooklyn
Ainda não há viagens no tempo, mas há filmes (e livros) que, quando são feitos em condições, servem o propósito. Brooklyn fá-lo e transporta-nos até aos anos 50, à vida de Eilis (Saoirse Ronan).
Eilis cresceu numa aldeia irlandesa mas vê-se forçada a partir para a América, na esperança de encontrar as oportunidades que não encontra na Irlanda. O único conhecido que tem na América é o padre que lhe arranjou emprego numa loja em Brooklyn, onde também reside. Em Brooklyn reside também o italiano Tony (Emory Cohen). Conhecem-se num baile irlandês. Tony não é irlandês, mas gosta de "raparigas irlandesas" e gostou de Eilis.
É fácil ficar sensibilizado com a história de Eilis, afinal quase todos (ou todos) conhecemos ou vivemos de perto a dor de ver pessoas próximas e que nos são queridas ir para longe em busca das oportunidades que cá não têm, ou conhecemos a dor de partir. Acho até que é difícil não sentir uma tremenda empatia por Eilis e aqueles grandes olhos azuis!
A maior qualidade do filme é ser despretensioso. É o little black dress dos nomeados ao melhor filme. O less is more. Simples, mas inteligente e eficaz na mensagem que passa e acho que foi por isso que gostei. Por isso e por causa de Saoirse Ronan (nomeada a melhor actriz), sem dúvida nenhuma!

Spotlight
Já conhecia o caso Spotlight antes do filme ter sido lançado, por isso fiquei expectante para ver o filme, e não desiludiu!
Depois de ver o filme consolidei ainda mais uma certeza que já tinha: uma comunicação social completamente independente é fulcral para que casos como os que são retratados em Spotlight sejam denunciados e resolvidos e para que não sejam sempre encobertos (como acredito que continuam a ser). Um filme essencial e que dá que pensar (e muito!) sobre os podres e os poderes da igreja, de que tantos têm conhecimento e sobre os quais ninguém, ou quase ninguém, está disposto a agir.
É um filme excelente e que merece o reconhecimento de ser nomeado a melhor filme pela qualidade, pelo argumento e pela direcção. Excelentes interpretações de todo o elenco valeram a Rachel McAdams a nomeação a melhor actriz secundária e a nomeação a Mark Ruffalo para melhor actor secundário.

Carol
Depois de pousar os nossos olhos em Carol Aird (Cate Blanchett) pela primeira vez, é impossível não ficar hipnotizado pela beleza intemporal e tão clássica que emana de uma mulher tão elegante que está apenas a procurar um presente de natal para a sua filha. Therese Belivet (Rooney Mara) fica tão hipnotizada quanto nós e só desvia o olhar quando uma cliente (Therese é funcionária da loja que vende brinquedos) lhe rouba a atenção.
Adaptado do livro homónimo de Patricia Highsmith, Todd Haynes não descura nada: sentimos que estamos em Nova Iorque, no início dos anos cinquenta e sentimos as dores destas duas mulheres que se apaixonam perdidamente. Carol sabe-o primeiro mas Therese não se apercebe de imediato.
Uma paixão como poucas vezes se tem visto no cinema, com os sentimentos à flor da pele e com duas excelentes actrizes: Cate Blanchett está deslumbrante e icónica e Rooney Mara, apesar de não conseguir ter o carisma de Blanchett, também nos dá uma excelente performance. Estão ambas nomeadas, para o óscar de melhor actriz e melhor actriz secundária, respectivamente.

Sétima Arte | Joy & The Big Short & Bridge of Spies

Joy
Joy tenta passar de um filme típico de domingo à tarde, mas sem grande sucesso. Pareceu-me ser demasiado forçado em todos os aspectos.
David O. Russell propõe-se a contar-nos a história de Joy Mangano (Jennifer Lawrence), com uma abordagem que, pessoalmente, não me agrada muito: mais ficção do que factos.
A história desenrola-se demasiado rápido, as relações não são aprofundadas (a relação mais aprofundada acaba por ser a de Joy e do ex-marido, mas de um momento para o outro ele já está com a sua namorada nova, disposta a humilhar Joy) e as personagens têm pouca substância (a mãe de Joy chega a roçar o ridículo: passa o dia na cama a ver a novela e apaixona-se pelo canalizador em cinco segundos).
Jennifer Lawrence, com uma nomeação aos Óscares na categoria de Melhor Actriz, faz o que lhe compete e fá-lo bem e não é à toa que é a menina bonita de Hollywood! Apesar de ser o mais positivo do filme, não sei se tem um desempenho oscar worthy, principalmente se olhar a algumas das outras nomeadas.

The Big Short
Quando pensamos em crise, a primeira palavra que nos vem à cabeça não é comédia. Adam McKay deve pensar assim, e pensa bem. A crise de 2008 afectou imensa gente e pouca gente consegue explicar o que foi e muito menos a conseguiu prever.
The Big Short provavelmente não vai esclarecer totalmente os leigos que nada percebem do assunto e até se pode tornar confuso porque a terminologia não é a mais comum mas até para quem não percebe, nem tem interesse, continua a ser um filme muito interessante, pelo ritmo rápido, o humor e o bom-gosto.
O elenco é de luxo e conta com Brad Pitt, Christian Bale (nomeado como Melhor Actor Secundário), Steve Carrell e Ryan Gosling. Eleger o melhor é uma tarefa difícil porque todos me parecem indispensáveis e estão todos muito bem. Para além da nomeação de Bale, Adam McKay também está nomeado para Melhor Realizador e está, com justiça, nomeado para Melhor Filme.
No final não há como não sentir uma revolta tremenda por vivermos todos num sistema corrompido que não se cura, só se corrompe ainda mais.

Bridge of Spies
A Guerra Fria foi um momento de enorme desconfiança. Acredito que poucos eram os que sabiam em quem podiam confiar plenamente.
James B. Donovan (Tom Hanks) é um advogado de Nova Iorque que tem um caso peculiar em mãos: defender um espião soviético, Rudolf Abel (Mark Rylance). Defender não é a palavra certa. O que os superiores de Donovan querem que este faça é uma defesa a brincar, mas que dê a ideia de que os americanos são sérios e íntegros. Donovan é íntegro, de verdade e não a brincar, e o respeito e posterior amizade que sente por Rudolf fá-lo repensar no que lhe foi pedido.
Bridge of Spies está nomeado para melhor filme e valeu, com justiça, uma nomeação a Mark Rylance, que tem um desempenho excelente, na categoria de melhor actor secundário. Tom Hanks dá-nos mais daquilo a que já nos habituou: a excelência de quem já tem muitos anos nisto. E Spielberg nunca desilude! (Fiquei especialmente fã de duas cenas, em que penso que Spielberg tenta traçar um paralelismo (pelo menos, eu não consegui não o fazer). Em ambas as cenas Donovan está no comboio: a primeira, na actual Alemanha, quando vê um grupo de pessoas a ser mortas a tiro, sem dó nem piedade, por tentar atravessar o muro; a segunda, já em solo americano (e no final do filme), Donovan vê um grupo de crianças a saltar livremente as vedações sem que nada lhes aconteça. Para mim significa que nunca poderemos apagar o passado cruel e deplorável que faz seres humanos construírem muros para separar outros seres humanos, mas que por pior que seja essa história, haverá sempre esperança.).

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Sétima Arte | The Danish Girl & Steve Jobs & 45 Years

The Danish Girl

Estava curiosa para ver The Danish Girl, porque o tema que aborda não é frequentemente abordado no grande ecrã. Lili Elbe, nascida Einar Wegener (Eddie Redmayne) foi das primeiras pessoas a fazer cirurgia para mudar de sexo. Einar era o marido de Gerda Wegener (Alicia Vikander). Ambos eram pintores, Einar era um pintor de sucesso, e viviam um casamento feliz. Pelo menos são-nos apresentados dessa forma logo no início do filme.
Um filme interessante e sobretudo um filme bonito e interessante aos olhos mas que podia ter muito mais conteúdo do que aquele que tem, e podia ser muito mais interessante do que o que foi. No final ficamos com a sensação de a forma o que vimos foi uma oportunidade perdida. Pessoalmente senti que não consegui entrar nas cabeças de Einar/Lili ou Gerda, não há a profundeza psicológica que as personagens pedem e gostava muito de ter visto a reacção da sociedade dos anos 20 a esta transformação que era uma novidade para a época.
As interpretações de Eddie Redmayne e Alicia Vikander são, sem nenhuma dúvida, o melhor que o filme nos oferece. Redmayne transforma-se outra vez, numa prestação fabulosa e que naturalmente lhe garantiu uma nomeação na categoria de Melhor Actor. No entanto, Alicia Vikander é, para mim, a mais fabulosa. Depois de a ver ser excelente em Ex Machina, tive o prazer de a rever aqui, com uma prestação magnífica e que lhe garantiu a nomeação na categoria de Melhor Actriz Secundária.

Steve Jobs
Lançamento do Macintosh, 1984. Lançamento do computador NExT em 1988. Lançamento do iMac em 1998. Três lançamentos de três produtos importantes na carreira - e na vida - de Steve Jobs.
Danny Boyle conta-nos a vida de Jobs através dos momentos que antecedem essas três apresentações dos três produtos, sem nunca nos mostrar a apresentação.
A verdade é que a maioria das coisas não aconteceram como Boyle nos diz que aconteceram. Os maiores dramas da vida de Jobs não eram todos 40 minutos antes de cada apresentação e a maioria das pessoas que trabalhou com Jobs afirma que a forma como ele é apresentado no filme não corresponde à realidade.
É um filme que entretém, mas não é o filme que representa a vida de Jobs, nem o próprio, da forma mais fidedigna ou fiel. Michael Fassbender, que está inegavelmente bom (e nomeado a Melhor Actor) nunca me parece Steve Jobs.
Se não tivesse como título um dos nomes dos génios maiores dos últimos anos nem se apresentasse como uma representação da sua vida seria um filme certamente muito melhor. O filme é bom, mas desilude porque se centra em apenas três momentos (que, ainda por cima, não são retratos fieis da realidade) da vida grandiosa de um génio!
Para além da nomeação de Fassbender ao Oscar de Melhor Actor, valeu ainda a nomeação da Kate Winslet, que nunca desilude, a Melhor Actriz Secundária.

45 Years
Há muitos filmes sobre amor, geralmente cheios de clichés e lugares comuns. Acho que é por isso que não sou fã de romances, a maioria parecem-me iguais e demasiado previsíveis. 45 Years é sobre amor e a sua resistência, e sobre o casamento.
Kate Mercer (Charlotte Rampling) e Geoff Mercer (Tom Courtenay) são um casal inglês que está a uma semana de festejar o seu 45º aniversário de casamento. Por problemas de saúde de Geoff, viram-se impossibilitados de festejar o 40º aniversário. No entanto, Geoff recebe uma carta das autoridades suíças que o informam que o corpo de Katya, o seu primeiro amor, tinha sido encontrado em perfeito estado de conservação. Naturalmente, Geoff fica abalado e leva a que Kate a questionar o seu casamento.
O filme constrói-se devagar e não há um clímax, um ponto alto. O registo é constante e não precisamos das palavras de Kate ou Geoff para percebermos o que se passa no seu íntimo. É um filme melancólico e todas as cenas são naturais. Não há artifícios, porque são dispensáveis. É um filme que nos faz sentir que nunca devemos tomar nada por garantido - se uma simples carta pode abalar um casamento construído durante 45 anos, tudo pode ser abalado e até mesmo destruído.
Um filme de uma hora e meia do mais realista que o cinema pode ser. Charlotte Rampling está nomeada, merecidamente, na categoria de Melhor Actriz porque oferece à sua personagem tudo o que ela precisa: credibilidade, naturalidade, drama e amor. Sem esquecer a também excelente interpretação de Tom Courtenay! Um filme que certamente não agradará a todos por haver pouca ou quase nenhuma acção mas que me agrada a mim. Agrada-me, principalmente, por ser tão distinto na sua normalidade.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A pobreza da televisão portuguesa

Num momento normal de zapping hoje à tarde passei pela CMTV. Não é um canal que aprecio, pelas razões óbvias. Hoje, em letras grandes, estava lá escrito "Velório em Directo". Eu passei, nem sequer dei atenção, só depois tomei consciência do que ali estava escrito e voltei para trás. Estava mesmo escrito "Velório em Directo". Fiquei estupefacta. Nem dois minutos levei a compreender que se tratava da transmissão em directo do funeral de Samira, a menina de três anos que morreu afogada em Caxias. Continuei estupefacta. 
Questionei-me sobre os critérios que os fazem transmitir o funeral de uma criança. Não encontrei nenhum justificável. Percebi que era naturalmente a caça às audiências sem escrúpulos, profissionalismo e sem respeito nenhum pela criança e pelos seus familiares. O funeral é um momento de despedida, não é um circo mediático que se usa para ganhar o que quer que seja. Tão ou mais preocupante do que saber que a CMTV transmite o funeral de uma criança é saber que tem audiências. Por estas e por outras, dispenso parar na CMTV, cada vez mais!

A minha estante | A transformação de Steve Jobs

Foto: Saída de Emergência
A primeira coisa a captar a minha atenção foi, naturalmente, o nome Steve Jobs. Nunca é demais ler sobre um visionário e um homem que revolucionou a forma como vivemos o dia-a-dia. Logo a seguir a capa holográfica conquistou-me e sabia que este livro não ia demorar muito a estar nas minhas mãos.
Já tinha lido Steve Jobs, a biografia autorizada da autoria de Walter Isaacson e gostei muito. É natural que se entre em comparações sobre qual é a melhor. Se me pedissem alguma coisa para ler sobre Steve Jobs, eu provavelmente referenciava as duas porque oferecem perspectivas diferentes, de diferentes pessoas. Ao ler A Transformação de Steve Jobs fiquei com a sensação de que os autores assumem que o leitor já leu a biografia de Isaacson. 
Enquanto que Isaacson nos leva a conhecer a história de Jobs desde a sua infância, e nos dá a conhecer a vida não só no campo profissional, mas também no campo pessoal através das suas relações familiares e românticas, a biografia de Schendler e Tetzeli centra-se mais na evolução profissional de Steve Jobs, desde a criação da Apple e do seu despedimento da empresa que fundou até ao seu retorno brutal que tirou a Apple de uma situação delicada, já perto da falência, e a tornou numa empresa de incontável sucesso, passando pela criação da NExT e da sua paixão pela Pixar.
Temos acesso a um outro Steve Jobs: mais humano e mais sensível. Assim como temos acesso a alguns episódios que só alguém próximo de Steve Jobs nos poderia narrar, como é o caso de Brent Schlender, o principal escritor desta biografia. Um dos episódios que mais me deliciou foi quando Schlender marcou uma entrevista conjunta com Andy Grove, Bill Gates, Michael Dell e, claro, Steve Jobs para 18 de Dezembro de 2008. Reunir estes quatro homens não era fácil e foi preciso qualquer coisa como seis meses para preparar tudo. Uns dias antes Jobs liga a Schlender para dizer que não ia conseguir aparecer no dia combinado. Ainda não tinha revelado a ninguém que voltara a ficar gravemente doente e estava muito fraco e magro, não queria que ninguém o visse daquela forma. Schlender perguntou-lhe, então, que justificação queria que ele desse a Andy, Bill e Michael. A resposta dele foi mordaz mas maravilhosa, como só poderia ser, vinda de Steve Jobs: "Diz-lhes só que estou a ser um cretino. É o que provavelmente vão pensar, de qualquer maneira, por isso porque não dizê-lo?".
No fim de ler duas biografias de Steve Jobs, fiquei sempre com a mesma sensação: Jobs foi um visionário capaz de mudar o mundo e a forma como o vivemos e experimentamos e é, sem dúvida, uma pessoa que eu gostava muito de ter conhecido! Ontem completava 61 anos, se o cancro não lhe tivesse roubado a vida. Partiu cedo de mais. Acredito piamente que teria muito, muito mais para nos mostrar!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

As opiniões são como os nossos cartões

Os Prémios da Academia estão aí à porta. Dia 28 sabemos quem leva para casa um Óscar. Ainda não vi todos os nomeados nas principais categorias (Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Actor, Melhor Actriz, Melhor Actriz Secundária e Melhor Actor Secundário), mas estou quase a atingir essa meta pela primeira vez na vida. É um motivo de orgulho, eu sei, podem dar-me os parabéns e uma prenda!
Acho que estas entregas de prémios valem o que valem, e valem pouco. Ser o "melhor filme" do ano é relativo, e isso aplica-se a todos as categorias. O melhor filme do ano para mim é, provavelmente, diferente do melhor filme do ano para ti. Por isso não só a escolha dos vencedores, mas também os nomeados para cada categoria, são discutíveis. Apesar de ainda não ter visto todos os nomeados na categoria de melhor filme (faltam-me dois!), já conseguia tirar pelo menos um da lista e sabia qual o filme que nomeava nesse lugar. Para alguns, esse até pode ter sido o filme do ano. Ou do século. Só que não é para mim, de forma nenhuma! Gosto, no entanto, de ver a cerimónia e de ver os filmes nomeados porque por vezes há filmes realmente bons que me passavam ao lado se não fosse pela nomeação numa qualquer categoria.
Este ano a polémica (prémios que se prezem têm pelo menos uma grande polémica antes da cerimónia) chegou cedo e em força com algumas figuras de peso em Hollywood a boicotar a cerimónia. Pouco depois da lista de nomeados ser revelada a meio de Janeiro a hashtag #OscarsSoWhite tornou-se muito popular no Twitter por todos os actores nomeados serem brancos pelo segundo ano consecutivo. Jada Pinkett Smith foi a primeira a revoltar-se contra a academia, seguida de Spike Lee. De opinião contrária estiveram actrizes como Whoopi Goldberg, que já venceu na categoria de Melhor Actriz Secundária em 1990 com o filme Ghost e Charolotte Rampling, que está nomeada na categoria de Melhor Actriz com o filme 45 Years.
Se acho que os Oscars são muito brancos? Não, não acho. Calculo que as pessoas que escolham os nomeados sejam pessoas com o mínimo bom senso e não escolham os filmes pela cor de pele. Não concordo com as quotas que muitos pedem, porque ter quotas nas nomeações é um passo para dar prémios só para ficar bem na fotografia e deixar de premiar o melhor desempenho. Inclusão significa igualdade de oportunidades para todos os actores (seja qual for a cor da pele), mas prémio para o melhor desempenho!
Não se esqueçam que as opiniões são como os nossos cartões: pessoais e intransmissíveis. A nomeação e o vencedor são, por norma, sempre discutíveis porque todos temos gostos e histórias diferentes que, naturalmente, nos fazem gostar de certos e determinados filmes. É natural e é bom que assim seja. Era muito mais chato se gostássemos todos do mesmo, não era?

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Eles nunca vão entender


O derby

No rescaldo do derby há sempre algumas notas a tomar, como há em todos os jogos. Só que o derby tem contornos especiais. Principalmente este que, apesar de não ser o mais mediático, é sem dúvida o mais emocionante e tem cada vez mais qualidade. Acho que todos ganhamos com isso, desde os adeptos de futebol no geral à Liga Portuguesa. Passemos, portanto, ao que interessa:
  • As estatísticas informam que no total dos 133 confrontos (para todas as competições) o Vitória e o Braga têm 52 vitórias cada um e empataram 29 vezes. Nos últimos anos o Braga tem levado a melhor, principalmente porque tem, de momento, uma estrutura capaz e uma estabilidade financeira que o Vitória não tem, fruto de uma má gestão que debilitou o clube e obrigou a fazer esforços para se manter à tona.
  • Ainda não ganhamos na Pedreira, e infelizmente não foi ontem que o fizemos. Um empate não é o pior resultado, principalmente depois de estar a perder por 2-0, mas não é o mais satisfatório. Estou, contudo, satisfeita pela minha equipa ter sido superior numa casa tipicamente difícil.
  • Gostei da garra da equipa, apesar de terem entrado muito mal no jogo e da apatia depois de André Pinto ser expulso por duplo amarelo. Para além de tudo o resto, é preciso muita garra para empatar o jogo depois de sofrer dois golos, e voltar a empatar depois de voltar a sofrer.
  • Dentro das quatro linhas empatamos, nas bancadas goleamos. Apesar do Braga ter crescido nos últimos anos, ainda tem um público fraco, apático e nem num derby têm uma assistência decente. Nesse aspecto a nossa supremacia é inquestionável e arrebatadora. Uma assistência miserável de apenas 13 241 espectadores, com 1 500 adeptos vitorianos. Não sei qual é a desculpa deles, nem estou interessada. Não os ouvi nem quando estavam em vantagem. Mais do mesmo!
  • Já fui ver o Vitória fora muitas vezes, mas ainda me surpreendo com muitas coisas. Ontem, quando a 2ª parte estava quase a começar, o Braga pôs a letra da música que os adeptos (supostamente) sabem no ecrã, para estes a cantarem. Ao início não percebi bem porquê.. Depois percebi. A maioria deles só vão a 3 jogos por época (e quando vão), por isso é difícil saberem as letras das músicas de cor. É compreensível então pôr a letra no ecrã. A alternativa era distribuir folhas pelo pessoal, mas temos de salvar as árvores.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Meus senhores, a arte do basquetebol!

Quem me conhece sabe que gosto muito de basquetebol. É, a seguir ao futebol, o meu desporto de eleição. Não pelas mesmas razões. O futebol tem mais emoção e mais paixão, os sentimentos estão sempre à flor da pele. O basquetebol também tem tudo isso, mas de forma diferente. Pelo menos, para mim. No entanto o basquetebol tem muita vida e é um desporto fenomenal. O All Star Weekend não passa ao lado de fanáticos como eu, e apesar de não ter acompanhado a maior parte em directo, acompanhei bastante através das redes sociais. O All Star Weekend é mesmo à imagem dos americanos: em grande! Com muitas estrelas, muitos talentos e muita espectacularidade. Não falta nada. Este ano, ficou marcado pela despedida da lenda chamada Kobe Bryant! No entanto, houve muito mais para além disso. Por exemplo, o dunk contest. Apesar de ter perdido alguma popularidade nos últimos anos, desta vez voltou em força e é considerado, por alguns, o melhor de sempre. Não posso dizer que discordo. Vibrei do início ao fim sempre com a ligeira impressão de que estava a testemunhar algo verdadeiramente espectacular e que vou mostrar aos meus netos um dia.
O duelo entre Aaron Gordon (no gif em cima) e Zach LaVine foi épico! Dois miúdos (só têm 20 anos) deixaram milhões de boca aberta e uma tarefa muito ingrata nas mãos do júri. Zach LaVine ganhou pela segunda vez consecutiva. O mais justo seria, provavelmente dar o título aos dois porque é quase um crime escolher só um. A ter de dar o troféu a apenas um, eu entregava-o a Gordon porque foi o mais criativo e o que fez nunca antes se tinha visto. No afundanço que acompanha este post eleva o seu corpo quase ao nível do cesto e dá-nos a sensação de que se senta no ar e faz com que pareça fácil ao mais comum dos mortais! Foi o meu preferido e deixou-me boquiaberta e em êxtase como se fosse uma miúda de 5 anos a receber a prenda de natal mais maravilhosa do mundo.
A discussão ainda continua. Enquanto uns acham justa a vitória de LaVine (note-se que eu também acho, porque foi fenomenal, só que para mim foi menos um bocadinho que o Gordon), outros acham que Gordon foi roubado (qual Artur Soares Dias qual quê!), outros acham que o título devia ser partilhado e outros ainda não vão ver nenhum tipo de arte ou espectacularidade num tipo a atirar uma bola para dentro de um cesto pendurado lá no alto. Pensando bem, se calhar todos chegamos à conclusão de que isto é arte! No final o que importa é que foi um grande espectáculo que me fez gostar ainda mais da modalidade e da NBA. O maior vencedor fomos nós e o basquetebol, disso não tenho dúvidas nenhumas!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

No futuro

Quando pensamos em destinos para viajar num futuro próximo não pensamos propriamente em Júpiter ou a Europa (não a "nossa" Europa, a Europa que é uma das luas de Júpiter). Ok, eu penso! Imagino sinceramente que um dia as viagens comerciais ao espaço serão uma realidade. Têm havido evoluções nesse sentido, como os reusable rockets e a competição (que não é bem uma competição porque têm objectivos diferentes) entre a Blue Origin e a Space X. Não sei se vou estar por cá para ver isso, ou se um dia vou ter essa possibilidade. Provavelmente não, mas eu gosto de acreditar que sim. Afinal, nada é impossível certo?
A NASA ainda me faz sonhar mais um bocadinho e lançou uns quantos cartazes a "vender" estes destinos. Como se os vídeos e imagens que os astronautas publicassem não fossem já suficientes para me fazer roer de inveja.
Viajar na "nossa" Europa provavelmente ficará mais barato. É só um palpite, mas calculo que esteja certo. Esta Europa é uma das muitas luas de Júpiter. Tem o tamanho de um planeta, uma superfície brilhante de gelo e alguns cientistas acreditam que possa haver vida como a que existe nas profundezas dos nossos mares. É o astro, assim como Marte, com melhores condições ambientais extraterrestres para albergar vida.
Já todos vimos fotos dos espectáculos das auroras aqui da terra. Aquelas luzes brilhantes e que nos encantam em poucos segundos. As auroras de Júpiter são centenas de vezes mais poderosas. É difícil imaginar, mas deve ser provavelmente um espectáculo memorável.
Um tour por Júpiter, Saturno, Uranus e Neptuno. A cada 175 anos a Voyager aproveita o alinhamento dos planetas e usa a gravidade de cada planeta para chegar ao próximo. Soa bem, não acham?
A NASA tem bastante missões a explorar Marte. É compreensível, afinal é lá que pode já ter havido vida e é lá que se especula que possa haver. Um dia iremos olhar para trás e reconhecer estes locais como "Locais Históricos". Haverá até várias viagens disponíveis, umas mais direccionadas, por exemplo, para as artes e cultura e outras para arquitectura e agricultura.
Podem ver mais aqui. Não faz mal sonhar, não é? Por enquanto ficamos por aqui, na nossa casa e tentamos cuidar dela da melhor forma que pudermos porque o espaço é enorme, mas para já "só" temos esta pequenina e maravilhosa esfera composta de água e terra!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Um pequeno equívoco

Hoje li num breve artigo sobre os candidatos à White House publicado numa revista (que, sinceramente, já não me lembro qual) que afirmava que desta vez há candidatos para todos os gostos. Acho que sim, que há. Até lá está o Trump. Por isso, sim, há mesmo candidatos para todos os gostos.
Discordei na parte em que disse que a Hillary Clinton era a candidata das feministas. Assumo que o disse porque pensa que as mulheres que se revêem no movimento feminista votam sempre em mulheres, independentemente do resto. E acho que nesse ponto há um equívoco.
Eu identifico-me com este movimento. Feminismo é, segundo o dicionário, "um movimento político, filosófico e social que defende a igualdade de direitos entre mulheres e homens". Acho que devíamos todos ser feministas, porque não se trata de querer mais para as mulheres do que para os homens, muito menos se trata de rebaixar os homens em relação às mulheres. Trata-se, sim, de igualdade para ambos os sexos. Isto dava pano para mangas e eu até ficava aqui a noite toda a escrever sobre o tópico porque é importante e porque eu acredito verdadeiramente nisso. No entanto vou voltar ao que me levou a escrever post.
As feministas não querem que as mulheres ocupem todos os cargos importantes do mundo pelo facto de serem mulheres. As feministas querem que uma mulher tenha a mesma oportunidade de ser eleita para esse cargo como um homem tem, pelo facto de que uma mulher tem todas as capacidades para isso. As feministas querem igualdade quando a imprensa aborda, por exemplo, umas eleições em que há concorrentes de ambos os sexos e que não haja um alarido ou um burburinho pouco usual em torno das mulheres porque no século XXI já devia ser natural as mulheres serem candidatas a grandes cargos e serem elegidas para posições de chefia!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

All bad things must come to an end

Já tinha falado de Breaking Bad aqui. Terminei o post a dizer que era, provavelmente, das melhores (senão a melhor) séries de todos os tempos. Hoje quero reformular. Acho que é mesmo a melhor série de sempre. Pelo menos, das séries completas que já vi, sem dúvida que leva o troféu.
Para além de vos querer aconselhar a ver (a sério, vejam e viciem-se como eu), vou só deixar umas notas finais:
- Tive a sensação de que Bryan Cranston (Walter White) e Aaron Paul (Jesse Pinkman) são de outro mundo e têm desempenhos para lá de brilhantes durante todas as temporadas, e quando eu digo todas eu quero dizer todas. Começam maravilhosos, mas terminam dois monstros. Ansiosa por ver outros trabalhos de cada um deles!
- Quero ser a melhor amiga do Jesse Pinkman, yo, e salvá-lo de todo o mal deste mundo. O pobre rapaz é um anjo e ninguém o deixa em paz. Merece sossego e felicidade. Sofri muito com ele ao longo da série toda. Ele não merecia aquilo, e mais não digo biatch!
- Tenho vários sentimentos relativamente ao Walter White. Não sei expressar mas nunca adorei e detestei uma personagem em simultâneo tantas vezes. No entanto admito que se torna num badass sem comparação no mundo das séries! No final... well, não vou ser spoiler mas aquele episódio final é monumental!
- É humanamente impossível não ficar com um tremendo crush no Jesse Pinkman/Aaron Paul. Não dá, a sério que não e não vale a pena tentar resistir.
- O Gus Fring é o dealer mais peculiar de sempre, nada mais a acrescentar.
- Não consigo eleger uma cena como a melhor, porque são todas espectaculares. A sério, não estou a exagerar. São todas dignas de serem vistas e revistas 1837929 vezes! Eu vou só referir esta, porque é é quando o Jesse Pinkman nos dá a honra de o ver em todo o seu esplendor num monólogo que provavelmente só encontra competição num dos (muitos) monólogos de Walter White/ Heisenberg (como quiserem).
- O voicemail do Jesse Pinkman, que podem ouvir aqui, e que eu estou a pensar seriamente em adoptar aqui para casa. Ia ser engraçado... não?
Pronto, acho que é tudo para já. Se chegaram aqui e ainda não viram a série sigam o conselho desta vossa amiga que não vos engana: larguem tudo e dediquem-se a ver Breaking Bad, deixo desde já o aviso de que contém propriedades aditivas. Os que já viram certamente que me compreendem e querem ver outra vez!