terça-feira, 28 de outubro de 2014

Sétima arte | TOP 10

Tenho grande dificuldade em responder sempre que me perguntam quais são os meus filmes preferidos. Eu tenho muitos filmes preferidos e cada um deles me marcou profundamente. Por outro lado, também considero interessante fazer uma lista de coisas predilectas porque elas dizem sempre alguma coisa sobre nós. Portanto, vou mostrar-vos o meu top 10 no que ao cinema diz respeito.
Não posso colocar estes três filmes de que vos vou falar hoje no mesmo patamar que os outros. Estes são os filmes que mais me marcaram. São também os filmes que menos tento ver. São tristes e poderosos. Não tem qualquer ordem de preferência porque não consigo mesmo escolher. Acho que são todos maravilhosos.

Girl, Interrupted (Vida interrompida) - 1999

O filme desenrola-se no final dos anos '60. Susanna (Winona Ryder) é internada num hospital psiquiátrico depois de ter tomado 50 aspirinas com uma garrafa de vodka. Susanna não se adequava à sociedade, não se encontrava a si própria. Não sabia o que queria nem tinha objectivos. No hospital psiquiátrico conhece a sexy Lisa (Angelina Jolie), que a fascina pois representa liberdade. As duas constroem uma relação complexa. Lisa é uma sociopata, com tanto de cruel como de vulnerável. Susanna é diagnosticada como vítima da síndrome de Borderline.
Ao longo do filme, vão sendo destacadas outras doenças como a anorexia noutras personagens. Todas têm um bocado de loucura. O filme incide precisamente na loucura - será a loucura uma característica inata? Susanna descreve-a como sendo uma amplificação de nós próprios, dos nossos desejos e vontades.
O filme também reflecte sobre a necessidade que nos impõe de pertencer à sociedade e de nos adequarmos a ela. Susanna é internada porque não consegue encaixar-se na sociedade, era uma outsider que não tinha objectivos ou ideias do que fazer da sua vida e que só via a solução na morte.
Há uma atmosfera de tristeza durante todo o filme. Todas as personagens são loucas, são tristes, são postas de parte pela sociedade que acha que a melhor forma de as tornar melhores cidadãs é interná-las num hospital psiquiátrico.
As frases são quase todas memoráveis e dignas de reflexões que podem durar horas - ou a vida inteira. As personagens estão muito bem desenvolvidas e interpretadas. Neste ponto não posso deixar de referir que Winona Ryder está magnificamente bem, mas Angelina Jolie ultrapassa-se e tem em Lisa a melhor interpretação da sua vida (que lhe valeu o Óscar de Melhor Actriz Secundária) e deixa-me a perguntar porque é que deixou de fazer interpretações destas em que dá alma e corpo à personagem. Do elenco fazem ainda parte, entre outros, Brittany Murphy, Whoopi Goldberg, Clea DuVall e Jared Leto.
Baseado no livro de Susanna Kaysen e dirigido por James Mangold, este é um filme que vale a pena ver e rever e voltar a rever imensas vezes. Atinge-nos como uma pedra e sem dúvida que nos faz questionar sobre nós próprios, os nossos objectivos, os nossos ideais e a nossa própria loucura!




American History X (América Proibida) - 1998

Visualmente e psicologicamente violento. O filme é narrado por Danny Vinyard (Edward Furlong) através de flashbacks (que são representados a preto e branco, enquanto que as cenas no presente são a cores). Danny começa por nos contar como é que o seu irmão mais velho, Derek Vinyard (Edward Norton), foi preso (através de uma cena violentamente inesquecível).
Antes de ser preso, Derek era o líder de um grupo de skinheads neo-nazis que acreditava piamente na superioridade da raça branca. Este ódio pela raça negra é despoletado quando o seu pai morre num bairro habitado por pessoas de raça negra. É apaixonado a defender aquilo em que acredita, tão apaixonado quanto violento.
Danny tenta seguir os seus passos, integrando-se no antigo grupo de Derek. Quando o seu irmão mais velho sai da cadeia, apercebe-se, através de um trabalho que Danny entregou na escola sobre o "Mein Kampf" de Adolf Hitler. Os ideais radicais presentes no trabalho chamam a atenção do director da escola que se sente na obrigação de informar a família de que algo não está bem com Danny.
O tema retratado neste filme é um tema já muito explorado e que podia facilmente cair em cliché. A melhor parte está aí: não cai em nenhum tipo de cliché. É um filme duro mas que nos deixa escolher que lado queremos apoiar: o filme é, de certa forma, a narração de um texto escrito por Danny. 
Edward Norton interpreta de forma magistral a sua personagem (o que lhe valeu uma nomeação para o Óscar de Melhor Actor), assim como Edward Furlong. É impossível imaginar o filme com outros protagonistas.
Acho sinceramente que este filme devia ser mostrado nas escolas no último ano do secundário (devido às cenas de sexo e à linguagem obscena). Derek é um magnífico orador que consegue convencer toda a gente que sente necessidade de se inserir a um grupo a inserir-se no seu. Depois de ser libertado, torna-se numa pessoa completamente diferente e com uma visão mais clara do mundo e que tudo o que quer é manter o seu irmão a salvo dos erros que ele próprio cometeu.
Dirigido por Tony Kaye (e é em American History X que se estreia como director) e escrito por David McKenna, é daqueles filmes que toda a gente devia ver pelo menos uma vez na vida.






Requiem for a Dream (A vida não é um sonho) - 2000


Baseado no novel de Hubert Selby Jr. e dirigido por Darren Aronofsky, é uma obra-de-arte psicológica. É o filme mais triste que já vi. O meu filme preferido e que não quero voltar a ver. Vi-o à cerca de um ano e meio pela primeira vez e fiquei num estado de coma cinematográfico por cerca de um mês, e quem me conhece sabe que raramente passo uma semana sem ver um único filme.
Este filme retrata a negação da realidade de quatro personagens - Harry Goldfarb (Jared Leto), Sara Goldfarb (Ellen Burstyn), Marion Silver (Jennifer Conelly) e Tyrone Love (Marlon Wayans). Estas quatro pessoas preferem viver nos seus sonhos e naquilo que idealizam para si do que viver na realidade. Esta forma de vida que escolhem vai, aos poucos, destruí-los. Durante o percurso, todos perdem alguma coisa, mas sobretudo todos perdem os seus sonhos.
Acho que não consigo captar a intensidade deste filme. Este filme é sobre abuso de drogas mas não só. É, mais do que isso, sobre a natureza do vício e o que isso pode fazer às pessoas.
É dirigido de forma única, como nunca vi em nenhum filme (e eu já vi muitos, tenho de confessar): o ecrã que se divide em dois, os zooms, os planos rodopiantes, as cenas em slow e fast motion, tudo tão magistralmente bem retratado. Depois a banda sonora de Clint Mansell que é tão sombria quanto o filme e se encaixa na perfeição. E a fotografia de Matthew Libatique, que também merece destaque.
O filme é, também de forma original, dividido em estações do ano. Começa no Verão, onde os planos ainda são coloridos e onde as personagens ainda conseguem controlar a sua vida. Depois passa para o Outono e para o Inverno e as personagens entram numa espiral de vício e de descontrolo total. São apenas retratadas 3 estações. Deixando no final (final arrebatador, que nos deixa completamente destroçados e em estado de hipnose total), quando todas as personagens se encontram em agonia e sofrimento elevado ao expoente máximo e ficam em posição fetal, uma esperança (ou não) de Primavera e de renascimento.
Este filme é tão arrebatador, tão difícil, tão sombrio, tão hipnótico e electrizante. Esta é a obra-prima da minha vida. Tenho a certeza que não verei nunca outro filme tão arrebatador como este, que retrate de forma tão crua o pior da condição humana. Este filme é arte. Conjuga tudo aquilo que um filme precisa para ser magnífico. E é verdadeiramente magnífico. É poderoso, e deixa-nos submissos. Poderia ficar horas a dissertar sobre este filme, para mim é genial. Em todos os aspectos. É genial e é inesquecível (pode gostar-se ou não dele, mas é inesquecível).




segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Música é sempre a resposta


Sem dúvida nenhuma que os Radiohead são uma das minhas bandas predilectas (e se fizesse um top 5 das minhas bandas favoritas, a maioria seriam de bandas inglesas formadas nos anos de '80/'90) e esta música faz-me chorar de tão bonita, profunda e arrebatadora que é. Gosto tanto, tanto! Adoro os Radiohead pela música espectacular que fazem mas também porque sempre foram adeptos do low profile. Sempre estiveram aqui para fazer música intemporal e maravilhosamente bonita e não para ser vedetas. Sou fã confessa. Só gostava de os ver e ouvir ao vivo, porque é, com certeza, uma coisa de outro mundo muito melhor que aquele em que vivemos. Percam-se na música!

domingo, 26 de outubro de 2014

Pode ser uma declaração de feminismo ou aquilo que vocês quiserem

Ontem fui ver o jogo do Vitória a um café. Quem acompanhou o jogo através da Sporttv com certeza se apercebeu que uma das pessoas que estava a comentar o jogo era uma mulher. Apesar de eu não gostar dos comentadores da Sporttv porque geralmente são pouco imparciais e muitas das vezes o que dizem não corresponde, de forma nenhuma, à verdade, acho bem que uma mulher seja comentadora. Porque não? O futebol não é um desporto só de homens. Como estava no café não consegui ouvir nada do que ela dizia, por causa do barulho. Nem eu, nem ninguém. Por isso, não posso dar uma opinião relativamente ao seu trabalho. Mas ouvi dizerem que era melhor "estar em casa porque as mulheres não percebem nada do assunto", no entanto não ouviram nada do que ela dizia. Até podia responder a isso. E em condições normais, era o que faria. Mas eu queria mesmo era ver o jogo, por isso decidi manter-me calada.

Ao longo dos anos, as mulheres têm sido subestimadas. Esta tendência está, cada vez mais, a ser contrariada. As mulheres já mostraram que são tão capazes como os homens. Não somos menos do que um homem só porque somos mulheres. O lugar da mulher não é mais na cozinha, mas onde ela quiser.
Ainda assim, as estatísticas não mentem. Há mais homens a ocupar cargos importantes do que mulheres. Os homens, por norma, recebem mais. E não, não é porque são mais competentes. É só mesmo porque são homens.
Estudos mostram que quando um homem está chateado e demonstra isso, é aceite. Quando a mulher tem o mesmo comportamento, é automaticamente rotulada de incompetente e infantil. É justo? Não me parece.
Já ouvi, muitas vezes, alguém dizer (mulheres inclusive) que "com aquela roupa estava mesmo a pedir que alguém a violasse". Eu sou uma pessoa relativamente pacífica, mas acho que esta frase é aquela que desperta uma raiva em mim que sou incapaz de controlar. Então é normal que uma mulher seja violada porque está com uma mini saia ou com um decote generoso? Não sei bem em que tipo de mundo vivem as pessoas que dizem coisas como estas. A mulher veste o que ela quiser e aquilo que a faça sentir bem e não tem de escolher a sua roupa a pensar se aquela roupa vai despertar o lado mais filho-da-puta da raça humana de um cabrão desprovido de humanidade.
As mulheres são sempre vistas com maus olhos quando vão para a cama com muitos homens mas os homens que vão para a cama como muitas mulher não são vistos de forma tão negativa. Mais uma vez acho que o número de pessoas com quem se vai para a cama é uma escolha pessoal. Cada um sabe de si. Pessoalmente, não acho saudável nem benéfico, em nenhum aspecto. Mas se faz alguém feliz e desde que sejam sempre consensuais não vejo problema nenhum. Seja homem ou seja mulher. Cada um faz aquilo que deseja com o seu corpo e ninguém tem nada com isso.
Outra coisa que me deixa fora de mim é a objectificação do corpo feminino. Cada vez mais, o corpo feminino é um objecto. Principalmente no mundo da publicidade. Não consigo perceber, por mais que me esforce, o que é que umas quantas mulheres semi-nuas fazem num anúncio que publicita um desodorizante masculino. As mulheres tornam-se coisas, objectos. E no que é que isto resulta? No desprezo pela mulher, pelo corpo da mulher, pelo ser feminino.

Muita gente pensa que feministas são mulheres que odeiam os homens. Essas pessoas estão completamente erradas. Feminismo é um movimento que pode ser abraçado por mulheres e por homens. Este movimento não defende a superioridade feminina. Este movimento defende a igualdade entre os dois, social, política e economicamente. E não vejo razão para não defender a igualdade. Ambos os sexos são capazes. E tudo isto só funciona se mulheres e homens cooperarem - se virem as coisas bem, essa é a única forma de gerar vida.

Nós, mulheres, não somos vítimas. Só queremos ter as mesmas oportunidades que o homem tem, porque merecemos. O nosso lugar, é onde nos apetecer estar. Não somos melhores do que ninguém, mas também não somos piores.

E para terminar por hoje, tenho de salientar que muitas mulheres fazem o favor de deitar as outras abaixo. Seja porque uma mulher está a usar roupas provocadoras ou porque isto ou aquilo. Rebaixam o seu próprio género. Rebaixam aquilo que é característica própria. Rebaixam-se a si próprias. Parem de o fazer! Temos de ser nós a dar poder umas às outras, a engrandecer-nos, a sermos parceiras nesta luta. Isto não implica que sejamos fãs do comportamento de todas as mulheres. Não! Há coisas que eu também não gosto de ver uma mulher fazer ou usar mas isso depende, única e exclusivamente, da minha visão do mundo e do meu gosto pessoal. E não vou nunca humilhar uma mulher por isso, ou dizer que ela devia ter vergonha do corpo que tem. Simplesmente porque não tenho direito de fazer isso!

sábado, 25 de outubro de 2014

Vamos imaginar com o Eddie Vedder


Parece-me demasiado tempo esperar até segunda para partilhar isto. Depois de dizer que "ser anti-guerra é ser pró-paz, pró-evolução, pró-diplomacia, pró-amor e pró humano" interpreta magistralmente uma música maravilhosa e que eu adoro, como já aqui disse anteriormente. Palmas para ti!

Cenas giras

A curta-metragem publicitária do Nº5 da Chanel. Com direcção do maravilhoso Baz Luhrmann (The Great Gatsby), estrelado por Gisele Bündchen e Michiele Huisman, a par de Lo-Fang que para além de fazer parte deste pequeno elenco, também empresta a sua fantástica voz com a música You're the One That I Want do seu novo álbum Blue Film.
Um cliché, mas um cliché extremamente bem retratado!

O meu projecto favorito do momento

Esta semana não publiquei quase nada aqui no blogue. A minha ausência é em grande parte devido a um trabalho que me deu um trabalhão. Eu tenho a mania de tentar aproximar, ao máximo, as coisas que faço da perfeição. E não gosto de monotonia. Gosto de coisas diferentes, dinâmicas e espectacularmente bonitas e com qualidade. São coisas que exijo de mim própria. E tenho a noção de que tenho, com o tempo, sido mais criativa e mais dinâmica. Tento dar o máximo de mim, tudo o que tenho. Apesar de ser isso que quero, esse nunca é o resultado final. Quando tenho os meus trabalhos nas mãos sei que não é espectacularmente bonito e que não está maravilhoso. Geralmente, está  bom. E estou a tentar melhorar isso, tentar inspirar-me.
O trabalho que me deu um trabalhão era sobre o cérebro. E inicialmente tinha na capa uma imagem normal do cérebro. Era uma capa sóbria e normal. Não conseguia parar de pensar nisso. Apetecia-me fazer qualquer coisa diferente, que não caísse no normal. Não fiz nada de inovador, nem nada que vai mudar o mundo. Apenas adaptei a capa de um álbum de uma banda de que gosto muito para que tivesse a informação necessária para ser a capa do trabalho. Mas gostei muito do resultado final e achei que ficou muito diferente.
Isto tudo serve só para dizer que eu sou um bocadinho paranóica relativamente à perfeição e que odeio o aborrecido. E também para vos dizer que gosto de coisas originais. E achei, desde que a vi, extremamente original, bonita e apelativa. A capa de que vos falo é a capa do álbum de 2012 The 2nd Law de uma banda inglesa que gosto muito: os Muse.

O que podemos ver na imagem são ligações neuronais multicolores. A capa do meu trabalho ficou assim: completamente preta, à excepção do título do trabalho e de outras (poucas) informações.
Esta imagem é parte do The Human Connectome Project, projecto iniciado em Julho de 2009 pela National Institutes of Health, com a cooperação de quatro universidades e um hospital. Podem encontrar mais imagens e informações aqui e aqui.
Estas imagens são construídas através das imagens da ressonância magnética e é uma junção de áreas como a psicologia, a matemática, a ciência computacional e a imagiologia cerebral.
O objectivo do projecto é o de mapear o cérebro e as ligações neuronais para que se possa obter uma maior clareza relativamente às conexões anatómicas e funcionais do cérebro assim como produzir uma base de dados que possa facilitar as investigações das doenças ligadas ao cérebro como o alzheimer, autismo ou esquizofrenia. Mas não é só, esperam também poder oferecer um diagnóstico mais pessoal e personalizado de doenças mentais como as que apontei anteriormente, fazendo a detecção de anomalias mais precisa para que a terapia ou a medicação sejam mais adequados e, consequentemente, mais eficazes.
No futuro, os investigadores esperam poder utilizar também esta base de dados para explorar a relação entre as conexões cerebrais de uma pessoa com as suas capacidades mentais como a memória ou o auto-controlo.
Eu, como amadora, estou completamente apaixonada pelo projecto. Acho-o visualmente apelativo mas também acho que tem uma utilidade enorme. Este trabalho deixou-me, sem dúvida, com aquele bichinho de ir saber tudo sobre o cérebro porque é uma área tão fascinante quanto complexa e importante.
Vou deixar-vos com mais imagens deste projecto visualmente fascinante e que, infelizmente, não pude utilizar na apresentação do meu trabalho porque só as encontrei hoje. Quando for grande, quero fazer parte de um projecto assim maravilhoso!
A vermelho/cor-de-rosa está representado parte do corpo caloso (que une o hemisfério direito ao hemisfério esquerdo)
Os dois hemisférios do cérebro
O hemisfério esquerdo do cérebro
Acho que é por vivermos em tempos como estes que eu fico extremamente feliz quando conheço projectos que podem trazer alguma coisa positiva e nova ao mundo e pessoas empenhadas em mudar as coisas, em fazê-las avançar. Sou da opinião de que os governos deviam utilizar o dinheiro que gastam em guerras e coisas do género para investigações médicas e coisas que possam vir a beneficiar a população mundial.

"Meninos de rua"


Os nossos meninos de rua foram a Setúbal defrontar o homónimo. E trouxeram os três pontos. De forma totalmente merecida.
Mais uma vez, esta equipa demonstrou que sabe jogar futebol com categoria. Fizeram uma óptima primeira parte e controlaram sempre o jogo. A vitória é mais do que justa apesar de ser preciso trabalhar naquela finalização; tivemos muitas oportunidades que não conseguimos concretizar.
Gosto muito de ver a equipa jogar assim, com garra e com muita qualidade. De fazer ver aos "grandes".
Para além de justa (e que poderia perfeitamente ser mais expressiva), é uma vitória importante. Uma boa prova daquilo que a equipa é capaz de fazer e que pode injectar confiança para o próximo jogo, contra o Sporting. Adivinha-se um jogo difícil mas que podemos vencer.
Por hoje, vamos dormir em 2º lugar. A felicidade que isto me dá! Ver os nossos tão bem é um orgulho enorme e que me inspira imenso.
Toda a equipa está de parabéns, desde João Afonso a Bruno Gaspar, assim como o treinador e equipa técnica. Espero que esta boa fase seja duradoura. Por termos uma equipa que joga com o coração, que tem uma ambição sem precedentes e que tem muita qualidade, acredito piamente que estamos num bom caminho para fazer algo bonito e especial na nossa história. Aguardemos!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Música é sempre a resposta

Das minhas músicas preferidas de sempre. Daquelas que ouço poucas vezes mas que sempre que ouço me invade com calma e esperança. É como um amigo com o qual se pode falar poucas vezes, mas sempre que se fala é como se estivesse sempre connosco. É um abraço quente numa noite fria, é água quando estou com sede. É amor. É isso mesmo. Esta música é amor.

Sétima Arte | The Giver


Uma sociedade utópica e futurista. É a premissa para o filme The Giver, realizado por Phillip Noyce. O filme é uma adaptação do livro homónimo escrito por Lois Lowry. Conta com um elenco secundário de grande qualidade: Jeff Bridges e Maryl Steep.
Este mundo é organizado em comunidades lideradas por anciãos (a líder é a personagem interpretada pela Maryl Streep) onde ninguém tem um sobrenome e seguem religiosamente uma série de regras fundamentais que lhes garantem uma sociedade igualitária. Regras como uma hora de recolher obrigatório e não haver contacto físico entre pessoas fora do seio familiar e em público. O mundo é monocromático e frio. Quando nascem, as crianças são designadas para uma família e depois de se graduarem é-lhes designado um trabalho que se ajuste às suas capacidades. Neste mundo não há guerras, não há doenças, não há dor. Neste mundo também não há cor, nem música, nem amor. Tudo é escondido por detrás da "Precisão de discurso" de que todos falam. Não há tristeza, nem felicidade. É tudo cinzento. Apenas uma pessoa tem acesso a todas as memórias do mundo: o receptor de memórias.
O filme testemunha o momento em que o receptor de memórias tem de passar os seus conhecimentos e as suas memórias a outra pessoa. Passa, portanto, a ser o Doador (Jeff Bridges). E é Jonas (Brenton Thwaites) o designado para a missão de receber as memórias do mundo.
É, antes de começar esta jornada, avisado para a dificuldade da missão, mas julga-se preparado. Então Jonas conhece as cores, os sons, a música, a neve. Aprende o que é o amor. Conhece as coisas boas do mundo. Infelizmente, o mundo não é um mar de rosas e Jonas conhece também a crueldade do mundo. A guerra, a dor, o sofrimento. Apesar de tudo isso, Jonas acha que é injusto o mundo não poder desfrutar de todas aquelas coisas e vai lutar até conseguir proporcionar a todas as comunidades todas essas sensações.
O filme tem um tom filosófico. Apesar de ser um filme de ficção científica deixa-nos com várias questões na cabeça, para reflectir. Será que estaríamos dispostos a viver num mundo despido das coisas boas só para não ter as más? Será que estaríamos dispostos a viver numa sociedade tão fria em que éramos obrigados a tomar uma injecção todas as manhãs para não sentir nada? O que seria melhor? E será que nós não vivemos cada vez mais numa sociedade uniformizada? Controlada?
Não é um filme brilhante, não é. Mas dentro do género é um filme que vale a pena ver. O filme conta ainda com participações de caras conhecidas como Katie Holmes e Taylor Swift.






sábado, 18 de outubro de 2014

Yoga vista por dentro

Nunca pratiquei Yoga, mas já experimentei algumas aulas de Pilates. Não é, embora algumas técnicas semelhantes sejam utilizadas em ambas as modalidades, a mesma coisa. Yoga é uma filosofia de vida milenária, com origem na Índia, que tem como objectivo uma harmonia plena entre corpo, mente e espírito. Por outro lado, Pilates é uma modalidade relativamente recente (do século XX) que tem como objectivo fortalecer o desempenho muscular e a postura.
Apesar de Pilates parecer coisa fácil, de fácil não tem nada. Exige um grande esforço físico, concentração e uma respiração adequada mas é óptimo para o corpo, e para quem tem dores de costas, por exemplo. É calmante e relaxante ao mesmo tempo.
Mas aquilo que vos quero mostrar é um vídeo da Hybrid Medical Animation (uma empresa que cria vídeos médicos/científicos em 3D) que mostra o esqueleto humano a praticar alguns exercícios de Yoga (há um exercício no vídeo que também fazia quando praticava Pilates, o da "árvore"). O vídeo foi criado a partir de um Raio-X em 3D.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O que pode acontecer quando dão o carro à mulher

O proprietário de um Nissan Skyline GT-R R33 estava a fazer alterações na parte mecânica do seu carro quando achou que o cinzento que coloria o seu carro era aborrecido e pediu à sua mulher (que é artista) para fazer uns riscos no capô com um marcador de tinta permanente e achou que davam um aspecto interessante e original ao carro. Por isso decidiu entregar-lhe o carro.
O resultado é, no mínimo, original e diferente. Uma pintura que não se conseguia em nenhum lado e provavelmente cheia de carinho. Em cerca de 100 horas o trabalho ficou completo e todo ele feito com marcadores de tinta permanente (com verniz por cima).
Não é para todos os gostos, mas o resultado é original e muito interessante. Ora vejam:






Apesar de ser inegável o facto de que está uma obra-de-arte sobre rodas, tenho a certeza que as opiniões vão divergir muito. É normal, divergem em todos os aspectos. Relativamente a mim, acho que está um carro com imensa personalidade, muito curioso, cheio de personalidade e um bocadinho intrigante também. Se passasse por mim na rua, olhava com certeza pela segunda vez!

Portugal a dobrar. Orgulho a dobrar.

Ontem foi dia de dose dupla de futebol na selecção nacional. Primeiro, foram os sub-21 que defrontaram a Holanda para o Euro 2015; depois entrou a selecção A em campo para defrontar a selecção dinamarquesa no apuramento para o Euro 2016.

First things first, os "nossos miúdos" da sub-21 estiveram extremamente bem. Garantiram o seu lugar no Europeu de 2015 na República Checa imbatíveis. Já somam 14 vitórias consecutivas (10 delas na fase de apuramento). Um bonito número, não é?
O resultado foi bastante expressivo e até incomum para um jogo de futebol, 5-4 (golos de Rúben Vezo, Rúben Neves, Ricardo Pereira (x2) e Bernardo Silva). O resultado é expressivo e não é difícil perceber aquilo que está bem e o que é preciso melhorar. E depois de corrigir os erros, Portugal tem tudo para continuar a vencer.
Sou suspeita neste aspecto (e é fácil saber porquê) mas elegeria Ricardo Pereira como o homem do jogo!
Parabéns a todos, desde a equipa técnica até aos jogadores! Se são estes miúdos que nos vão representar nos próximos anos, parece-me que temos um bom futuro garantido!

Relativamente à selecção A, também me parece que estão num bom caminho. Com uma exibição melhor do que contra o particular na França, a selecção conquistou 3 pontos importantíssimos para o apuramento para o Europeu de 2016.
Acho que as fases de transição são sempre importantes. É o que estamos a assistir na selecção nacional: a transição do comando de Paulo Bento para Fernando Santos, que não falhou na sua estreia "a sério".
Com uma equipa renovada (5 dos titulares não estavam sequer no banco no Mundial do Brasil), deu para perceber que ainda há arestas a serem limadas, ainda há aspectos que necessitam de ser melhorados mas deu também para perceber que temos jogadores para chegar mais longe.
A vitória foi concretizada aos 90+5 pelo capitão Cristiano Ronaldo que, depois de um cruzamento de Quaresma, marcou do 2º andar. De realçar que, com este golo, Cristiano Ronaldo chegou aos 22 golos em Europeus (curiosamente, essa marca tinha sido alcançada por Jon Dahl Tomasson... dinamarquês). Que venham muitos mais!
Temos de marcar presença na França, por isso só há um caminho a seguir: em frente!


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Sétima Arte | A Walk Among the Tombstones


Matt Scudder (Liam Neeson) é um reformado detective que agora "faz favores às pessoas em troca de presentes", isto é: trabalha como detective para sobreviver. E o filme gira à volta de um dos seus trabalhos: é contratado por um dealer, Kenny Kristo (Dan Stevens), para descobrir quem raptou e matou a sua mulher.
Relutante, Matt aceita o desafio. Desafio esse que se revela não ser muito simples e que se torna uma corrida contra o tempo.
A acção passa-se nos anos '90 em Nova Iorque e parece, de facto, ter sido filmado nessa altura. Não é o filme indicado para quem procura cenas de tiroteios e pancadarias, tem até uma primeira parte parada e sem grande acção. A história não traz nada de novo aos filmes do género e parece-me que apresenta algumas falhas mas consegue, totalmente, prender o espectador ao ecrã. Mais uma vez, não me parece que seja um filme inesquecível ou que vai ficar na história. É um filme que entretém agradável mas que não nos traz nada de novo.
Já li alguns artigos que comparam este A Walk Among the Tombstones com o The Equalizer. Apesar de entender que se possa comparar os protagonistas: são ambos heróis justiceiros que se debatem com os seus demónios e que se reformaram de profissões semelhantes, não me parece que se possa dizer que se querem colocar no mesmo patamar. O The Equalizer é mais ao estilo de ser um blockbuster de Hollywood do que este.
É um bom filme e que carrega uma atmosfera pesada. Essa atmosfera é cortada com alguma ponta de humor pelo sócio de Matt: TJ (Brian 'Astro' Bradley).
Como disse anteriormente, não é um filme que vai ficar para a história. Mas recomendo-o. É um bom filme para um domingo à tarde, para descomprimir. No final não ficamos com nenhum aperto no coração ou com o mundo sobre as costas. É só um filme, que está na categoria de mediano bom. Não ficamos nada desagradados no final, no entanto também não ficamos com a sensação de que acabamos de ver uma obra de arte inesquecível, porque não vimos.





domingo, 12 de outubro de 2014

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A Malala!

Acho que nunca vos tinha falado da Malala. O ano passado surgiu-me a oportunidade de, no dia dos Direitos Humanos, fazer uma espécie de palestra sobre os Direitos Humanos ao lado de uma colega. Foi uma apresentação muito especial para mim porque fez-me ultrapassar (ainda que só parcialmente) um dos meus maiores medos: falar em público. Continuando, foi-nos pedido que escolhêssemos alguém com impacto e que defenda os direitos humanos. Escolhemos a Malala.
A Malala é uma menina de apenas 17 anos, nasceu no Paquistão e luta para que todas as crianças (principalmente as meninas) possam ir para a escola. Foi baleada pelos talibãs mas sobreviveu e continua a lutar pelos seus ideais.
Deu-me muito gosto fazer a apresentação que fiz porque tive a oportunidade de fazer uma pesquisa grande sobre a Malala e conhecer um bocadinho dela. É uma sobrevivente, uma lutadora. Não desiste e não vai desistir até conseguir aquilo que quer.
É eloquente a falar das suas crenças e representa, para mim, perseverança e persistência. É uma pessoa maravilhosa. Gostava muito de ter a coragem e o espírito dela. É o futuro de todos nós!
E porque é que eu estou a falar da Malala hoje? Para quem anda mais desatento, a Malala venceu o Prémio Nobel da Paz (tornando-a na mais nova vencedora de um prémio Nobel), assim como o indiano Kaliash Satyarthi, que luta para acabar com o trabalho infantil.
O meu destaque vai irremediavelmente para a Malala pelas questões óbvias. É uma menina muito especial e eu nutro uma grande admiração por ela. Tão pequenina e já tão grande!
Estamos contigo, Malala! Parabéns!

Sétima Arte | Yves Saint Laurent

O filme Yves Saint Laurent, de 2014, é diferente do que eu estava à espera. Esperava ver um filme centrado na parte da sua vida mais ligada à moda, mas o enfoque vai mais para a sua vida, o seu íntimo, a sua loucura e a sua vida amorosa com Pierre Bergé (Guillaume Gallienne).
Conhecemos Yves (Pierre Niney), nascido na Argélia, com apenas 21 anos, quando é nomeado director criativo da Dior, após a morte de Christian Dior. Yves revela-se um jovem tímido, que apenas quer desenhar.
Para além de trabalhar na magnífica casa Dior, uma das mais consagradas do mundo, tem ao seu lado aquele que será sempre o seu parceiro na vida, mas também o seu parceiro no mundo da moda: Pierre.
Quase tudo muda quando Yves é internado numa clínica psiquiátrica como maníaco-depressivo. É despedido da Dior mas Pierre mantém-se ao seu lado e é ele quem ajuda a construir a Maison YSL, assim como a proteger e promover Yves.
Mais tarde, conhecemos outro Yves Saint Laurent, com quebras emocionais, a abusar das drogas e do álcool. Pierre continua ao seu lado e é ele quem o mantém no caminho certo para produzir grandes espectáculos e revolucionar a moda feminina (o espectador tem a oportunidade de ver o momento de inspiração que conduziu Yves a produzir o icónico vestido Mondrian e também a forma arrojada de como foi promovido o smoking feminino).
Yves Saint Laurent foi um génio que lutava contra os demónios, um revolucionário na sua arte e que, tal como Pierre Bergé conta ao espectador, "só ficava feliz duas vezes no ano, na Primavera e no Outono" quando apresentava as suas colecções.
As interpretações de Pierre Niney e Guillaume Gallienne são boas, não deixam nada a desejar. Podemos ainda ver um bocadinho da convivência entre Saint Laurent e o ainda polémico Karl Lagerfeld (Nikolai Kinski), ainda que seja só em termos pessoais, sem tocar na parte profissional e competitiva entre ambos. E o filme é delicioso aos olhos: recheado de classe, luxo, mansões extraordinárias, vestidos sumptuosos, imagens de Yves e Pierre em Marrocos. Não posso deixar de apontar, pelo lado negativo, o facto de às vezes o filme parece saltar muitas coisas; fiquei com a ideia de que haviam algumas cenas soltas, que devia ter ali "qualquer coisa" a ligá-las.
O filme não é incrível e memorável, mas é um filme bonito. Sim, um filme bonito que poderia muito bem chamar-se Je suis Saint Laurent, porque temos a oportunidade de conhecer o génio perturbado de Yves Saint Laurent através de uma carta escrita pelo homem que melhor o conhecia, a sua cara metade, Pierre, que nunca sai do seu lado.