terça-feira, 14 de junho de 2016

Uma identidade que não podemos perder

Foto: O Lado V
Todos temos consciência de que ser vitoriano não é ser iguais a todos os outros. Há uma identidade e uma cultura com contornos especiais que nos diferencia dos restantes. Tenho consciência de que sou suspeita para o dizer mas é difícil negar, mesmo a quem está de fora, que eu estou certa. Preservar a nossa cultura e identidade, com contornos tão particulares, bem como transmiti-la a qualquer pessoa que represente este símbolo é fundamental para o nosso sucesso.

A nossa identidade nasce dos princípios de independência e de conquista. Da mesma forma que nasceu Portugal. Com muita luta mas sempre com a mesma vontade de vencer e de crescer, de elevar o nosso nome ao mais alto nível. Claro que tudo isto não passam de palavras e palavras não entram em campo, não marcam e não ganham títulos. São só isso mesmo: palavras. No entanto estas que hoje escrevo transmitem uma verdade difícil de negar e que mesmo para aqueles que não entendem e são apenas espectadores de tamanha paixão e amor é praticamente inegável.

A identidade de que falo é o que faz atletas, que não são atletas do Vitória, como o João Sousa ou o Pedro Meireles terem sempre o símbolo presente em qualquer parte do mundo. É o que faz com que os ex-atletas do Vitória lembrem com carinho os tempos em que o foram, não se esqueçam do quão especial é ter a camisola do Rei ao peito e falem com um brilho inconfundível nos olhos, anos depois, dos adeptos e da instituição vitoriana. É o que faz com que estes ex-atletas levantem bem alto o nosso símbolo quando ganham um troféu por outro clube. É o que faz com que tenhamos a necessidade de viajar com pelo menos um cachecol ou uma camisola do Vitória na mala de viagem para o outro lado do mundo se for preciso. É o que nos faz oferecer um cachecol com todo o amor do mundo a quem conhecemos quando viajamos, com a consciência da importância daquilo que para outros é apenas um pedaço de tecido mas que para nós é muito mais do que isso.

Já vi, mais vezes do que desejado, a nossa identidade ser negligenciada ou a ser relegada para segundo plano através de políticas e politiquices que em nada representam o Vitória. Talvez se todos os parâmetros que definem a época forem definidos de acordo com a nossa identidade e a nossa cultura, possamos chegar então ao sítio que queremos - o de transformar o Vitória num clube vencedor em todas as competições onde participa.

A poucas horas da selecção portuguesa iniciar a sua caminhada no Europeu, e para terminar, tenho de deixar uma última nota. Conto que todos os que entrem em campo e entoem A Portuguesa antes do início do jogo possam ter o espírito conquistador de que falo como D. Afonso Henriques tinha. De um lado o escudo para defender e proteger e do outro a espada para atacar e lutar.

3 comentários :

  1. Concordo plenamente com o texto.
    E realço que o ADN Vitória, esse ADN que nos torna diferentes de todos os outros, alimenta-se de paixão, de espirito de conquista, de ambição de sermos cada vez maiores e cada vez melhores.
    Não é seguramente por acaso que alguns dos que permanecem nas nossas mais gratas recordações foram aqueles que exponenciaram essas qualidades.
    Para só falar dos ultimos trinta e cinco anos cito os treinadores José Maria Pedroto,Raymond Goethals, António Morais, Marinho Peres,Quinito e Manuel Cajuda.
    E os jogadores Paulinho Cascavel, Jeremias, Abreu, Romeu, Flávio Meireles, Geromel, Ademir, Rui Rodrigues, Vitor Paneira, Gilmar,Moreno, Cafu e tantos outros.
    De dirigentes apenas posso referir, nesse período, Pimenta Machado.
    Teve quatro anos finais algo penosos mas durante duas décadas foi um líder em que os vitorianos se reviam e que seguiam com entusiasmo.
    E essa é a questão central do nosso clube nos tempos que correm:
    Liderança.
    Que lidere, mobilize, desafie, motive.
    A liderança que não temos mas de que precisamos cada vez mais sob pena de o Vitória se banalizar como um clube de meio da tabela.
    Desculpe ter-me desviado do tema do post.

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  2. Infelizmente vi poucos dos nomes que referiu treinar e jogar no Vitória mas dos que vi com a camisola do Rei recordo-os com carinho precisamente por essa liderança, ambição e garra. Muita garra.
    Não podia concordar mais com o seu comentário e já o disse anteriormente. O Vitória não transmite entusiasmo "de dentro para fora" nem emana a mesma paixão que anteriormente vi/senti. Isso acontece apenas de fora para dentro. De nós, os adeptos.
    O Vitória precisa, mais do que um presidente, de um líder. Que saiba, como disse, liderar, mobilizar, desafiar e motivar. É fundamental, antes que os danos sejam irreversíveis!
    Não nos podemos arriscar a perder a nossa identidade, que é provavelmente o nosso bem mais precioso!

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  3. Não tenha a mínima duvida.
    A nossa identidade é o nosso bem mais precioso.
    No dia em que a perdermos seremos um clube como os outros. E infelizmente, a continuarmos por este caminho, já vi esse dia bem mais longe...

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