domingo, 5 de junho de 2016

THE GREATEST

Senti-me verdadeiramente afectada com a morte de celebridades por duas vezes na minha vida, se bem que acho redutor reduzir a celebridades estas duas lendas. Uma delas foi em 2013, quando li a notícia que dava conta da morte de Nelson Mandela. A outra foi sábado assim que acordei: tinha morrido Muhammad Ali.

A minha admiração por Ali já tem alguns anos. O primeiro contacto que tive foi através do filme Ali de 2001, com Will Smith no papel principal. Em 2001 ainda era uma criança, por isso vi-o uns anos mais tarde mas não foi através do filme que cresceu a minha admiração. Uns tempos depois de ver o filme, provavelmente em 2009 ou 2010, um amigo meu chamou-me Ali. Chamou-me Ali porque eu gosto muito de boxe e porque tenho o hábito de não me calar perante tudo o que me revolta. Naturalmente não me estava a comparar a Muhammad Ali, foi apenas uma comparação com pouca importância mas que despertou a minha atenção. Comecei a pesquisar, a ler e a ver vídeos sobre Ali.

Primeiro descobri o pugilista. Um atleta ambicioso, positivo e cheio de vontade de vencer. Um campeão. Fiquei fascinada. Inteirei-me da carreira, dos títulos, das vitórias, dos feitos. Sabia-os e admirava-os. Ainda os sei e admiro e podia escrever um post enorme sobre tudo isso mas sei que não sou capaz de lhe fazer jus. É impossível não admirar o atleta, mesmo para aqueles que não são grandes fãs da modalidade em questão.

Depois conheci o homem. O homem que nasceu Cassius Clay. O homem que lutava por aquilo em que acreditava, mesmo que isso o deixasse atrás das grades e na miséria no auge da sua carreira. O homem que lutava pelos direitos civis e pela igualdade. O homem que lutou contra a guerra no Vietname. O homem que se recusou a ficar calado, por muitas vantagens que isso lhe pudesse trazer. Este homem, que mais tarde e depois de se converter ao islamismo, mudou o nome para Muhammad Ali inspirou-me a cada coisa nova que eu descobria. Inspirou-me e inspira-me até hoje. Inspirou-me a não me calar, a intervir quando as coisas não estivessem bem e a lutar. A lutar sempre. 

Ali lutou a vida toda. No ringue e fora dela. A minha admiração estende-se para lá do atleta. Admiro também o homem e por isso não consegui conter uma lágrima quando vi que a luta tinha acabado. Não sou de ter muitos ídolos. As palavras têm um grande significado para mim e ser ídolo é ser muito. Admiro o trabalho de várias pessoas, seja no cinema, desporto, escrita mas poucos são meus ídolos, pouco me inspiram enquanto pessoas. Muhammad Ali fazia-o. Um homem muito maior que o atleta, e o atleta já era enorme.

Muhammad Ali vai inspirar-me para sempre. Tirou as luvas e acabou a luta, mas o legado que deixa não morre. O que fez não morre. Nenhumas palavras minhas serão capazes de fazer justiça "ao maior" nem me acho capaz de pôr em palavras toda a minha admiração. Ali será sempre uma fonte de inspiração para mim. 

Obrigada campeão! You're the greatest!

2 comentários :

  1. Parabéns Raquel pelo teu extraordinário blogue. Adorei!
    Um beijo!

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    1. Muito obrigada Jorge! Espero que continues em breve a escrever no teu porque vale a pena ler.
      Beijo.

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