quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

As opiniões são como os nossos cartões

Os Prémios da Academia estão aí à porta. Dia 28 sabemos quem leva para casa um Óscar. Ainda não vi todos os nomeados nas principais categorias (Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Actor, Melhor Actriz, Melhor Actriz Secundária e Melhor Actor Secundário), mas estou quase a atingir essa meta pela primeira vez na vida. É um motivo de orgulho, eu sei, podem dar-me os parabéns e uma prenda!
Acho que estas entregas de prémios valem o que valem, e valem pouco. Ser o "melhor filme" do ano é relativo, e isso aplica-se a todos as categorias. O melhor filme do ano para mim é, provavelmente, diferente do melhor filme do ano para ti. Por isso não só a escolha dos vencedores, mas também os nomeados para cada categoria, são discutíveis. Apesar de ainda não ter visto todos os nomeados na categoria de melhor filme (faltam-me dois!), já conseguia tirar pelo menos um da lista e sabia qual o filme que nomeava nesse lugar. Para alguns, esse até pode ter sido o filme do ano. Ou do século. Só que não é para mim, de forma nenhuma! Gosto, no entanto, de ver a cerimónia e de ver os filmes nomeados porque por vezes há filmes realmente bons que me passavam ao lado se não fosse pela nomeação numa qualquer categoria.
Este ano a polémica (prémios que se prezem têm pelo menos uma grande polémica antes da cerimónia) chegou cedo e em força com algumas figuras de peso em Hollywood a boicotar a cerimónia. Pouco depois da lista de nomeados ser revelada a meio de Janeiro a hashtag #OscarsSoWhite tornou-se muito popular no Twitter por todos os actores nomeados serem brancos pelo segundo ano consecutivo. Jada Pinkett Smith foi a primeira a revoltar-se contra a academia, seguida de Spike Lee. De opinião contrária estiveram actrizes como Whoopi Goldberg, que já venceu na categoria de Melhor Actriz Secundária em 1990 com o filme Ghost e Charolotte Rampling, que está nomeada na categoria de Melhor Actriz com o filme 45 Years.
Se acho que os Oscars são muito brancos? Não, não acho. Calculo que as pessoas que escolham os nomeados sejam pessoas com o mínimo bom senso e não escolham os filmes pela cor de pele. Não concordo com as quotas que muitos pedem, porque ter quotas nas nomeações é um passo para dar prémios só para ficar bem na fotografia e deixar de premiar o melhor desempenho. Inclusão significa igualdade de oportunidades para todos os actores (seja qual for a cor da pele), mas prémio para o melhor desempenho!
Não se esqueçam que as opiniões são como os nossos cartões: pessoais e intransmissíveis. A nomeação e o vencedor são, por norma, sempre discutíveis porque todos temos gostos e histórias diferentes que, naturalmente, nos fazem gostar de certos e determinados filmes. É natural e é bom que assim seja. Era muito mais chato se gostássemos todos do mesmo, não era?

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