quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A pobreza da televisão portuguesa

Num momento normal de zapping hoje à tarde passei pela CMTV. Não é um canal que aprecio, pelas razões óbvias. Hoje, em letras grandes, estava lá escrito "Velório em Directo". Eu passei, nem sequer dei atenção, só depois tomei consciência do que ali estava escrito e voltei para trás. Estava mesmo escrito "Velório em Directo". Fiquei estupefacta. Nem dois minutos levei a compreender que se tratava da transmissão em directo do funeral de Samira, a menina de três anos que morreu afogada em Caxias. Continuei estupefacta. 
Questionei-me sobre os critérios que os fazem transmitir o funeral de uma criança. Não encontrei nenhum justificável. Percebi que era naturalmente a caça às audiências sem escrúpulos, profissionalismo e sem respeito nenhum pela criança e pelos seus familiares. O funeral é um momento de despedida, não é um circo mediático que se usa para ganhar o que quer que seja. Tão ou mais preocupante do que saber que a CMTV transmite o funeral de uma criança é saber que tem audiências. Por estas e por outras, dispenso parar na CMTV, cada vez mais!

2 comentários :

  1. Boa tarde Raquel,
    Perante esta tua crónica não consegui evitar enviar um comentário. É de facto de uma pobreza atroz esta forma de fazer "televisão". Mas o que mais me entristece é o facto de saber que este tipo de programas tem audiências. Quero com isto dizer que o nosso povo é que faz com que este tipo de canais existam. Podia falar de mais uns quantos ("A quinta", "Casa dos segredos", etc) que continuam a ter as audiências que têm. É o nosso pais no seu melhor...

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    1. Boa noite :)
      A televisão portuguesa é de facto deplorável na maioria dos casos. Poucas são as vezes em que consigo pensar de outra forma. A verdade é que se eles não tivessem audiências com esses programas, eles não existiam. Mas têm, e não são poucas. Por isso é que estão cada vez piores. À uns anos ainda passavam alguns filmes (alguns com qualidade) ao sábado e ao domingo à tarde, agora decidem passar aqueles programas que fazem doer os ouvidos e têm o objectivo máximo de extorquir dinheiro às pessoas. As pessoas continuam a cair, e continuam a ver. Chega a dar pena, por vezes... Quando os portugueses deixarem de dar atenção a esse tipo de programas e a mais (como, por exemplo, aqueles programas para discutir futebol mas que se assemelham e muito a circos), eles deixam de existir. Até lá, precisamos de paciência. Muita paciência!

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