domingo, 22 de maio de 2016

Uma pequena reflexão sobre os destinos da selecção

Com o Europeu a começar dentro de dias para a selecção A e depois da selecção sub-17 ter vencido o Europeu na sua categoria e com números extraordinários (apenas um golo sofrido na final, por exemplo) parece-me que é necessário tirar algumas notas.
Ao longo dos anos as camadas jovens têm revelado uma grande qualidade com vários troféus conquistados e com excelentes campanhas mas poucos desses jovens chegam à selecção A. Compreendo que nem todos os jogadores que têm qualidade enquanto jovens continuam a evoluir e a mostrar qualidade suficiente para merecer a chamada à selecção mais tarde. Há jovens jogadores que estagnam, que não evoluem, que não se adaptam e nesse percurso há mais uma data de factores que fogem ao controlo do jogador e que prejudicam a sua evolução. Por outro lado há jogadores que enquanto jovens não são chamados à selecção mas que são uma aposta natural mais tarde. Tudo isso é natural e eu compreendo.
No entanto penso que há duas causas que para mim são igualmente preocupantes e determinantes para que as camadas jovens tenham sucesso e a selecção A nem por isso:
- Nas camadas jovens a fibra das camisolas usadas pelos jogadores ou os agentes que os representam têm pouca ou nenhuma importância. Quer isto dizer que o critério é a qualidade e/ou a forma do jogador na altura da convocatória. Só quem usa palas é que não percebe que na selecção A há lugares cativos e lugares reservados aos "enteados" que mesmo depois de uma época (ou épocas) em nada convincente continuam incompreensivelmente a ser chamados.
- A maioria dos clubes portugueses tem pouco interesse em apostar no desenvolvimento dos jovens e na formação destes e prefere apostar em jogadores estrangeiros. Já disse muitas vezes aqui no blogue que sou a favor da aposta na formação e também já disse que gostei de ver o Vitória fazê-lo há uns anos atrás (infelizmente mais pela situação financeira complicada da altura do que pela vontade espontânea) com sucesso. Infelizmente é uma reflexão em parte da mentalidade portuguesa de que o estrangeiro é sempre melhor do que o nacional - e nem sempre é assim!
Resta-me agora dar os parabéns aos miúdos que mereceram muito este troféu e foram um grande exemplo para todos os que vestem esta camisola, na esperança de que todos se tornem grandes jogadores e que sejam valorizados por isso numa altura em que também a selecção A se importe com a qualidade e nada mais!

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