terça-feira, 10 de maio de 2016

O peso deste símbolo

Foto: O Lado V
Com a época decidida há já algumas semanas, é fulcral que a próxima já esteja a ser planeada e preparada para que os erros que se cometeram esta época e que nos vão deixar numa atípica posição da tabela classificativa que em nada respeita ou condiz com a nossa história não voltem a ser repetidos. Nos últimos jogos, e parafraseando Dostoiévski, "o mais importante é a honra e o dever". Infelizmente os objectivos não foram cumpridos (a manutenção não é um objectivo, é uma obrigação) e quando assim é só resta defender a honra do símbolo e do colectivo e cumprir o dever individual de fazer o máximo para que tal aconteça.

Uma das questões fundamentais, e que acredito já estar resolvida internamente, é a continuação de Sérgio Conceição ou a solução encontrada para ser o seu sucessor. Os vitorianos continuam divididos e apesar de Pedro Martins já ter sido apontado como seu sucessor, nada está confirmado de nenhuma das partes. A verdade é que o contrato de Sérgio Conceição termina no final da temporada. Por mim Sérgio Conceição não continua à frente da equipa vitoriana pelas mesmas razões que eu não queria que viesse para o Vitória em primeiro lugar: continuo a achar que não tem qualidade suficiente para treinar o Vitória e continuo a achar que é psicologicamente instável e desde que chegou não me convenceu totalmente, não me convenceu de que está à altura do símbolo que carrega. Não considero que seja o maior responsável pela época péssima do Vitória, principalmente porque não preparou a equipa e encontrou no Vitória uma equipa desmotivada, mal preparada e montada pelo treinador anterior. Com isto não pode ser ilibado de toda a culpa porque também a tem. A gestão desportiva foi péssima até no penúltimo jogo (não compreendo a lógica de continuar a apostar em jogadores emprestados - que em princípio não continuarão - ao invés de apostar nos nossos e nos que estarão cá na próxima época). Destaco positivamente a coragem para apostar em Miguel Silva no Bessa - o dono e senhor da nossa baliza. No entanto, os números também não mentem e dos 28 jogos que disputou para o campeonato (disputou mais dois, para a Taça CTT e Taça de Portugal que resultaram na eliminação de ambas as competições), 11 terminaram em derrota, 9 em empate e somou apenas 8 vitórias. Para além dos números, as exibições deixaram muito a desejar na maioria dos jogos - algumas delas, como em Coimbra, foram francamente más-, apesar de algumas exibições mais positivas mas nada de extraordinário e mesmo essas foram positivas mais pelo esforço e dedicação (admito que  a "mão" de Sérgio Conceição possa ter sido decisiva para motivar a equipa) do que pela qualidade. O balanço que faço é de que foi uma solução razoável (não a melhor) para substituir Armando Evangelista mas sem capacidade ou qualidade para fazer o Vitória cumprir os objectivos a que se deve propor no início de cada época - um deles passa por ficar nos primeiros lugares da tabela classificativa e não a meio da mesma!

Do jogo do último domingo, que finalmente quebrou o ciclo de doze jogos sem vencer, deixo três notas:
- Preocupa-me cada vez mais o gradual afastamento dos adeptos. É verdade que ontem o tempo não ajudava em nada (e na maioria dos jogos esteve mais ou menos assim), era um jogo "a feijões" e estamos todos descontentes com esta época mas eu cresci no estádio com as bancadas sempre bem preenchidas e portanto custa-me muito vê-las despidas!
- Não assobiei o Victor Andrade quando este entrou em campo por uma simples razão: tinha a camisola do Rei vestida. Compreendo os assobios no fim do jogo ou quando um jogador sai de campo mas não compreendo os assobios a um jogador que está a entrar em campo para representar o nosso símbolo. Já disse anteriormente que sou contra a política dos emprestados e por mim o Victor Andrade não estava no Vitória e muito menos entrava em campo ontem quando os nossos estavam no banco, mas está e entrou e a culpa não é dele. Nunca assobiei e nunca vou assobiar um jogador que entra em campo para representar e defender o símbolo que eu amo - pelo menos conto que todos entrem em campo com esse objectivo.
- A minha nota anterior não pretende justificar as atitudes deste jogador porque depois depois do que ele fez não o podia defender de forma nenhuma. Valorizo o respeito acima de qualquer outra coisa. Quem desrespeita o Vitória, desrespeita-me a mim. Não admito a ninguém, seja a quem for. Quem deita a camisola ao chão não merece nunca mais vesti-la! Seja uma atitude de raiva ou uma atitude de menino mimado que não tem respeito por ninguém. Espero que tenha sido severamente repreendido por alguém da estrutura interna do Vitória e dispensado imediatamente. Quem não sente o peso deste símbolo não merece representá-lo!

A contrastar com a falta de respeito de quem nada entende temos os nossos conquistadores que cumpriram vários objectivos esta semana. Em Lisboa, a equipa B aplicou chapa 4 no Sporting B e garantiu assim a manutenção (o último jogo da época é em casa na próxima sexta-feira e merecem totalmente o nosso apoio uma última vez). As conquistadoras do basquetebol conseguiram garantir a subida à 1ª liga. Por fim, e apesar de não ser um atleta do Vitória, não posso deixar de referir um dos nossos conquistadores que eleva o nome de Portugal, de Guimarães e também do Vitória: João Sousa, que alcançou o 30º lugar, ou seja, a melhor posição de sempre no ranking ATP. Todos eles merecem o nosso agradecimento e os nossos aplausos por fazerem o Vitória ainda mais grandioso!

O final da temporada é sempre um momento de fazer balanços, e eu vou fazendo os meus. Enquanto faço balanços, também tiro algumas conclusões. A maior conclusão que tiro sempre é que este amor é eterno e incondicional, seja no 3º lugar ou no 9º lugar, corram as coisas bem ou mal, chova ou faça sol. É, sem dúvida nenhuma, até morrer! Este fim-de-semana tirei outra conclusão muito importante: por cada atleta que desrespeita o Vitória, há um sem número de atletas que fazem do Vitória maior - as nossas conquistadoras do basquetebol, os atletas que pisaram o relvado no intervalo e que ganham tanto pelas mais diversas modalidades, o conquistador do ténis e todos os atletas que não representam o Vitória mas que fazem questão de referir qual o clube que apoiam, entre tantos outros - todos aqueles que se preocupam mais com o símbolo que carregam na frente da camisola do que com o nome que está escrito atrás! Esses, e unicamente esses, são os que vale a pena manter porque entendem o peso deste símbolo. 

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