terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A Bola de Ouro

Há uma qualquer teoria que afirma que aquilo que queremos dizer, já alguém o disse anteriormente e melhor. Eu concordo. Tanto que concordo que vos vou deixar um texto que li aqui à uns tempos no blog Tu Não Lideras Bem com o Sono e do qual nunca me esqueci porque reflectia na altura (e continua a reflectir) a minha opinião. E faz sentido deixá-lo aqui hoje porque foram conhecidos os nomeados para a Bola de Ouro.
"Vingou, nos últimos dias, a ideia de que, para o Ronaldo ganhar a Bola de Ouro, só por favor. Que se ele ganha, o Messi continua a ser o melhor à mesma, e parece que ele roubou alguma coisa. Que, para ele ganhar, as pessoas tinham de condescender a dar-lhe um rebuçado, só porque os brinquedos não podem ir todos para o filho favorito. Um frete, como se o Ronaldo, no fundo, não merecesse a filha da puta da Bola de Ouro.
(...)
Um gajo a quem se exige 100 vezes mais do que a qualquer outro, que não tem imprensa favorável, não tem imagem favorável, nem está num clube favorável, onde toda a gente cague arco-íris, cure doenças, seja amigo de infância e viva feliz para sempre com fadas e com elfos. Um clube infinitamente mais difícil de trabalhar, que leva um dia de cada vez, por oposição a quem tem o mesmo projecto desportivo há 20 anos, um clube no qual a diferença entre o sucesso e o fracasso é um finíssima linha de equilibrismo, porque para bater o adversário é preciso ser transcendental, e para ser batido, basta fazer uma carreira mais ou menos normal. Um gajo que, mesmo numa nova época tormentosa, coisa que o outro sabe lá o que é, na cama quentinha em que sempre viveu, continua a ser o mais admirável e imprescindível jogador de equipa, fruto de uma capacidade de trabalho, uma mentalidade e um carisma verdadeiramente ímpares, que o metem em Marte, quando comparado ao baixinho para quem, como li há tempos, "ser genial é divertido e tem piada."
Quem sabe, o Messi até ganha as Bolas todas até morrer. Bom para ele. Mas uma coisa é certa: se o Ronaldo ganhar, não é por comparação. Fodam-se com a comparação. Não é porque o outro já tem muitas, e porque até fica bem na fotografia. É porque ele se matou por isso todas as vezes, ele, sozinho, sem lhe darem nada, nem nunca lhe passarem a mão pela cabeça. Só um demente é que poderia achar que, depois de jogar o que ele jogou, (...) ele não seria a porra do Jogador do Ano porque mereceu."

Eu admito que posso ser suspeita para falar do assunto porque admiro profundamente o Ronaldo. Acho que não há ninguém que consiga catalisar tão magistralmente as más energias para fazer um brilharete dentro das quatro linhas, acho que não há ninguém mais trabalhador e mais rigoroso do que ele. É por isso que o admiro tanto e que não consigo entender quando as pessoas me dizem que ele não faz nada de especial. Chego até a duvidar da sanidade mental dessas pessoas.
Para além desta capacidade psicológica enorme, o Ronaldo é mágico dentro de campo. Continua a bater recorde atrás de recorde e não se cansa de subir de rendimento.
Um grande jogador e um grande homem, que merece totalmente a Bola de Ouro!

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