quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Sétima Arte | Lucy

Nas últimas semanas, quando se fala de cinema, o filme Lucy tem sido sempre tema de conversa. Ontem, devido ao estado do tempo (chuva em Agosto, adoro) decidi ir ao cinema e escolhi este filme. E não estou arrependida. O filme tem uma fotografia maravilhosa e ultimamente a fotografia de um filme é o que mais me atrai para ir ao cinema.
Quanto ao filme, parte do mito de que nós apenas usamos 10% das capacidades do nosso cérebro e daquilo que poderia acontecer quando alguém atinge a sua capacidade total. O mesmo mito dá mote a um filme protagonizado por Bradley Cooper: Limitless (que eu também já vi). Apesar de o assunto ser o mesmo em ambos os filmes, as histórias seguem rumos completamente diferentes.
Scarlett Johansson é Lucy, uma rapariga normal que é forçada a fazer a entrega de uma mala (sem saber o seu conteúdo) num hotel. Nessa mala está uma droga experimental que é depois introduzida no estômago de Lucy e mais três pessoas para ser traficada para a Europa. Só que o saco rebenta fazendo com que a droga se espalhe no seu sangue dando-lhe poderes extraordinários. Lucy não sente dor, lembra-se de todas as suas memórias, tem poderes sobre si e sobre os outros, entende outras línguas que não compreendia antes, consegue ler a mente dos outros, viajar no tempo, entre outras coisas que não estão acessíveis ao mais comum dos mortais. Conforme a sua capacidade cerebral aumenta, a história vai sendo intercalada com explicações do Professor Norman (personagem interpretada pelo maravilhoso Morgan Freeman) e por imagens da vida animal.
A partir de um certo tempo do filme, as coisas começam a ficar demasiado surreais sendo que Lucy consegue derrotar quem lhe quer fazer fisicamente mal com apenas um estalar de dedos.
Apesar disso, considero que é um filme que vale a pena ver. Pela fotografia, pela banda sonora que é cativante e encaixa perfeitamente na extravagância do filme e muito por causa da sempre maravilhosa Scarlett Johansson, o papel assenta-lhe na perfeição e é sempre um prazer vê-la no grande ecrã, desta vez no papel de uma badass.
Pelas razões que já enumerei, recomendo o filme mas com alguma moderação porque tem cenas também que para mim são completamente descabidas e arriscava mesmo a dizer que roçam ali no estúpido. No entanto vale a pena ver porque é envolvente, apesar da sua extravagância, quando capta a atenção do espectador consegue-a até ao fim e também pela Scarlett (já tinha dito que ela é maravilhosa?).







P.S.: Apesar de já não ser a primeira vez que a teoria de que os humanos usam apenas 10% do seu cérebro é retratada no cinema, já foi provada, pela comunidade científica, ser errónea. Todos nós usamos a totalidade do nosso cérebro (às vezes ninguém diria mas isso é outro assunto). No entanto, considero que esta ideia é interessante. O Homem já é capaz de fazer e construir coisas absolutamente estonteantes, se isso fosse alcançado com apenas 10% do seu cérebro, era incrível o que poderia ser alcançado se alguém conseguisse chegar aos 100%. Quanto ao filme e uma vez que a teoria não é real, o realizador, Luc Besson, dá-nos a entender que quer que façamos uma viagem para fora da vida real. Nem que seja por uns meros 89 minutos.

P.S. 2: Como era de prever, uma vez que ambos os filmes partem da mesma premissa, há uma grande comparação entre Lucy e Limitless. Como já disse, considero-os bastante distintos por diversas razões. Ambos têm os seus pontos fortes e fracos. Se tivesse de eleger um, optaria por Limitless. É mais terra-a-terra do que Lucy apesar da teoria ser a mesma (e não ser correcta) e por isso é mais o meu estilo de filme. Ainda assim, recomendo ambos os filmes.

4 comentários :

  1. Curiosamente ando para ir ver o filme há alguns dias.
    Mas depois de ler a sua apreciação fiquei ainda mais interessado e por isso tenciono vê-lo no fim de semana.
    Parece-me um tema muito interessante.

    P.S: Muito boa a piada aos que usam a totalidade do cérebro mas não parece. Conheço vários casos

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    1. Eu saí um bocadinho reticente do cinema, geralmente sou mais fã de filmes "reais" e este tem, de facto, cenas um bocado descabidas mas também tem aspectos muito interessantes.
      P.S.: Não é preciso procurar muito para descobrir uns quantos!

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