quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Uma vitória importante num período difícil

Foto: Vitória SC
A equipa vitoriana foi ao estádio do Estoril conquistar a 4ª vitória do campeonato. À 8ª jornada estamos na quinta posição da tabela classificativa e a três pontos do terceiro lugar. Um jogo bem conseguido do ponto de vista colectivo que provou que temos uma equipa com qualidade e personalidade que pode almejar, se souber ser consistente na qualidade e se for bem gerida a todos os níveis (principalmente em Janeiro!), a uma época de alto nível e com o bonito desenlace que nos tem faltado nos últimos anos. Apesar das estatísticas indicarem que foi o Estoril quem teve mais posse de bola, a verdade é que foi o Vitória quem fez melhor uso da mesma e que controlou o jogo desde o apito inicial. Foram os representantes do Rei que entraram com uma grande ambição que os levou a procurar o golo e criar muitas oportunidades. E, sob o mote "Marca golo na luta contra o cancro" no âmbito de uma excelente campanha dos estorilistas, foi o Vitória a facturar por duas vezes e a deixar o marcador em 0-2. Não fosse a ineficácia dos branquinhos (que não é de hoje) e estaríamos, certamente, a falar de um resultado mais dilatado e mais expressivo. O problema não se ficou só pela ineficácia. A arbitragem deixou muito a desejar, ou não fosse Carlos Xistra o dono do apito. Se me parece que esteve certo ao assinalar os foras-de-jogo e assim não validar os golos, esteve muito mal ao ignorar as duas grandes penalidades que ficaram por marcar e eram claras e a ser demasiado interventivo e a não deixar o jogo fluir naturalmente. Uma arbitragem à imagem do árbitro!

Foi uma vitória importante num período da época que não se afigura fácil. Na verdade não há jogos fáceis, portanto também não há etapas fáceis, seja no campeonato ou em qualquer outra competição e o jogo com o Santa Iria deixou-nos cientes disso. No entanto o Vitória está num período importante longe de casa e do estádio do Rei. O último jogo do Vitória em casa foi o empate épico frente ao Sporting no primeiro dia de Outubro. Desde então defrontamos o Santa Iria para a Taça de Portugal, no estádio do Sacavenense, e agora o Estoril, no Antónia Coimbra de Mota. Segue-se o Rio Ave, no próximo Domingo, no Estádio dos Arcos. Entretanto passa-se um mês até voltarmos a casa. No dia 4 de Novembro (sexta-feira) recebemos o Nacional. Voltamos a ter uma série de dois jogos fora de portas. Primeiro para a Taça de Portugal, no Bessa, num jogo em que só pode ter um desfecho: a vitória do Vitória. Voltamos então, na semana seguinte, ao campeonato e o Vitória desloca-se ao Estádio João Cardoso para disputar três pontos com o Tondela. Regressamos a casa no primeiro domingo de Dezembro. Isto significa que em cerca de dois meses os conquistadores vão disputar apenas três jogos no belíssimo D. Afonso Henriques. O Vitória tem um registo muito positivo em jogos fora de casa esta época com quatro vitórias em cinco jogos. Portanto, apesar de não ser um período fácil, acredito que o balanço seja positivo. E, uma vez que estamos a falar do Vitória e não de um clube banal, jogar fora de casa não é necessariamente jogar longe das suas gentes e de todas as vozes ensurdecedoras que, com os cachecóis no ar e com o símbolo perto do coração, compõem um décimo segundo jogador que tantas vezes é o melhor em campo. 

Quanto ao próximo desafio, em Vila do Conde, é sem dúvida um desafio que tem de ser trabalhado e preparado seriamente. No histórico de confrontos o Vitória apresenta uma vantagem clara: ganhou mais de metade dos quarenta e quatro jogos disputados a contar para o campeonato na casa de ambas as equipas e perdeu apenas nove. Só que a conversa muda de rumo se analisarmos apenas os confrontos no Estádio dos Arcos: em vinte e dois jogos, o Vitória conseguiu trazer os três pontos para Guimarães por apenas sete vezes e perdeu oito jogos. Realmente não é um reduto fácil e o Rio Ave costuma impor dificuldades enquanto anfitrião. O último jogo em Vila do Conde resultou na derrota vitoriana, com o resultado de 2-0. Mas não é o passado que entra em campo e, com a atitude certa, humildade e muito trabalho, é possível contrariar a história!

Nos restantes escalões foi um fim-de-semana que, apesar de haver um resultado positivo, deixou a desejar. Os juvenis não vacilaram frente aos vizinhos do Moreirense e marcaram três golos sem resposta. Os júniores foram à casa do rival conseguir um empate num jogo em que o menos importante me parece ser o resultado. Durante o jogo o guarda-redes vitoriano e internacional sub-19, Daniel Figueira, magoou-se na cervical durante o jogo. Isto é normal no futebol. O que não é normal é que um jogador tenha de esperar meia hora (!) para ser assistido pelos Bombeiros. Isto demonstra um profundo amadorismo e descuido por parte da estrutura do Sporting de Braga. Podia ser qualquer jogador e podia ser muito mais grave e um tempo de espera de meia hora pode fazer toda a diferença. É uma situação que tem de ser averiguada. Não se pode admitir que isto aconteça! A equipa B, por sua vez, continua numa má fase e numa série de derrotas demasiado longa - o jogo frente ao Cova da Piedade é a quinta derrota consecutiva. A equipa B encontra-se agora com apenas dez pontos e na zona de despromoção. É preciso encontrar o problema e as soluções. Ainda há imensos jogos pela frente mas é importante não desvalorizar a situação. O Vitória não se faz só de futebol e a equipa de basquetebol felizmente não nos faz esquecer disso: venceram o Sampaense por 77-90. Estes nossos conquistadores estreiam-se em casa à quarta jornada no próximo sábado pelas quinze horas. É hora de irmos ao pavilhão mostrar-lhes que estamos com eles!

P.S.: O Estoril teve a excelente iniciativa de dedicar este mês à luta contra o cancro e portanto vestiu-se de cor-de-rosa e em campo, com cada jogador, entrou uma mulher que conseguiu vencer este flagelo que afecta tantas pessoas. Esta iniciativa incluía conceder a entrada gratuita a todos os adeptos que se vestissem da cor referida e doar 250€ por cada golo marcado. No entanto estavam menos de dois mil adeptos no estádio. E isto não é uma crítica. É só um facto. E o facto é que os estádios portugueses estão cada vez mais vazios. As razões são muitas. No entanto entristece-me. O futebol merece mais e é muito mais bonito com estádios cheios!

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