terça-feira, 19 de julho de 2016

O início aproxima-se

Foto: Vitória SC
Os indicadores dos primeiros testes da pré-temporada são positivos. Em quatro jogos disputados (três da equipa A e um da equipa B) somámos quatro vitórias: três no tempo regulamentar e uma decidida da marca de grandes penalidades; contamos com 22 golos marcados e apenas 3 sofridos e um troféu conquistado - do Torneio do Centenário do Varzim. É ainda prematuro tentar tirar qualquer conclusão destes números, principalmente porque são testes que contam mais pelo desempenho da equipa do que pelo resultado, no entanto não os podemos desvalorizar por completo afinal estamos a menos de um mês do início do campeonato - e a partir do primeiro minuto, todos os pontos contam e são importantes!

Estes quatro testes tiveram como adversários Fareja, Oliveirense, Chaves e Rio Ave sendo que apenas os dois últimos militam no mesmo escalão da equipa A do Vitória e foram, com o devido respeito a todas as equipas, os testes mais sérios. Frente ao Chaves foi necessário a equipa A batalhar muito para chegar ao resultado final. O tempo regulamentar acabou com um empate sem golos e foram precisos 34 (!) penaltis para o Vitória garantir a passagem à final. Com muitos penaltis falhados de ambas as partes e alguns defendidos pelos guardiões das redes, acabou com o numerador a contar 10 para nós e 9 para eles. Quanto ao desempenho da equipa tenho de me abster de tecer grandes comentários porque vi o jogo apenas parcialmente através da excelente transmissão em directo levada a cabo pelo Grupo Santiago, no entanto deixo dois pontos positivos: o regresso de Alex que se mostrou capaz e o papel fundamental de Miguel Silva na decisão por grandes penalidades, em que defendeu os três primeiros e o último e decisivo penalti numa demonstração de qualidade (não, os penaltis não são sorte ou uma espécie de russian roulette do futebol) que dá garantias de que continuará a ser uma figura de relevo das balizas portuguesas e uma excelente competição para Douglas. O ponto mais negativo foi, claramente, a lesão de Vigário. Alguns jornais desportivos davam conta de que, se o Vitória alcançasse a final, iria ser a equipa B a entrar em campo. Assim foi. Esta decisão demonstra que existe a harmonia e o entendimento necessários (que não se viu o ano passado) para a formação "principal" abdicar de disputar uma final mas, pessoalmente, não entendi o a lógica - jogar frente ao Rio Ave era uma boa oportunidade para pôr a equipa A à prova, afinal à 9ª jornada desloca-se a Vila do Conde. A equipa B, com alma e coração, não desperdiçou a oportunidade. Apesar de o começo não ter sido fácil e a perder por duas bolas a zero aos 20 minutos, foram competentes e mostraram-se à altura de serem chamados conquistadores ao virar o marcador para 3-2 e levantar o primeiro troféu da época!

A pré-época serve essencialmente para que a equipa se possa conhecer, entrosar, assimilar as ideias do treinador e se preparar para uma época intensa e onde falhar pode custar os objectivos da época. A equipa ainda não está fechada e com certeza vão haver ainda algumas movimentações (que, estupidamente, não acabam com o início do campeonato mas sim com o mês de Agosto) que, em princípio, vão acrescentar valor e qualidade à equipa. A média de idades, apenas mais um dado (ainda sensível a mudanças e portanto não é definitivo) mas que tem sido relevante na construção e desempenho das equipas vitorianas dos últimos anos, situa-se à data de redacção desta crónica nos 25 anos, de acordo com o site ZeroZero (onde Marega e Licá já são dados como certos sendo que ainda não é uma informação confirmada oficialmente por nenhuma das partes). Nos últimos anos a média de idades situava-se entre os 23 anos com a média mais baixa, de 22 anos, na época 2012/2013 (que terminou com a conquista da Taça e a mais alta em 2011/2012, com uma equipa com uma média de idades de 26 anos. É mais uma curiosidade do que um dado a considerar para qualquer propósito, no entanto julgo que é uma equipa jovem (a média não é tão baixa como nos anos anteriores mas temos de ter em conta alguns desfasamentos nas idades, como por exemplo entre Douglas e Miguel; o primeiro tem 33 anos e o segundo 21) mas que conta com um bom número de jogadores com experiência no futebol português. Esta combinação parece-me capaz de ser muito benéfica se devidamente aproveitada: o cruzamento de jogadores com mais conhecimento, segurança e em princípio mais certeiros com jogadores mais ousados, irreverentes, menos contidos, com vontade de se mostrar, menos convencionais e mais atrevidos. A pré-época ainda reserva mais uns testes interessantes e que podem ser proveitosos para o desenvolvimento e preparação da equipa pois são todos adversários que vamos encontrar, uns mais tarde e outros mais cedo, durante o campeonato. O próximo é já amanhã, mais uma vez frente ao Chaves; segue-se a participação no Torneio Capital do Móvel no próximo fim-de-semana que nos opõe, na sexta-feira, ao anfitrião Paços de Ferreira e no sábado frente ao Boavista. Para fechar o mês de Julho, no dia 31, o Vitória apresenta-se aos seus sócios na recepção ao Porto.

O início aproxima-se e, apesar de eu ser da opinião de que não há jogos fáceis, o nosso calendário tem um início intenso. Não é assustador, como já ouvi dizer, até porque de cada lado começam onze jogadores e a bola é redonda. No entanto começa a toda a velocidade e com muitas emoções com o mais intenso e interessante derby português a abrir as hostes no reduto vitoriano. Um jogo com características peculiares e com uma intensidade e pressão para a qual os jogadores que nunca o viveram "por dentro" têm de estar preparados. Segue-se o Marítimo na Madeira, onde o Vitória não apresenta um histórico favorável, e recebemos o Paços de Ferreira no castelo. Depois o Vitória desloca-se ao Dragão, onde não costuma ser fácil vencer o Porto e recebemos o Belenenses. A 6ª jornada está reservada para o derby vimaranense, que na primeira volta se disputará na casa do nosso vizinho Moreirense. Voltamos ao castelo para receber o Sporting e temos dois jogos fora consecutivos para encerrar o mês de Outubro: primeiro no Estoril e depois frente ao Rio Ave. Portanto dizer que vai ser fácil é meio caminho andado para ser tremendamente difícil. Deixa de haver desculpas depois do relógio começar a correr na nossa casa. A partir é a sério, todos os pontos são imprescindíveis e é importante lutar por cada um com garras e dentes, sem nunca desistir e sem nunca voltar as costas à luta. É fundamental que à data do primeiro jogo as tropas estejam preparadas para entrar em combate e para conquistar Portugal. A nós, o imprescindível e sempre presente 12º jogador, cabe-nos preparar as vozes, as camisolas, os cachecóis, as bandeiras e, principalmente, os corações para mais um ano de apoio, algum sofrimento, muita felicidade e um espectáculo incomparável nas bancadas.

Aos vossos lugares, conquistadores!

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