Foto: Vitória SC |
Estes quatro testes tiveram como adversários Fareja, Oliveirense, Chaves e Rio Ave sendo que apenas os dois últimos militam no mesmo escalão da equipa A do Vitória e foram, com o devido respeito a todas as equipas, os testes mais sérios. Frente ao Chaves foi necessário a equipa A batalhar muito para chegar ao resultado final. O tempo regulamentar acabou com um empate sem golos e foram precisos 34 (!) penaltis para o Vitória garantir a passagem à final. Com muitos penaltis falhados de ambas as partes e alguns defendidos pelos guardiões das redes, acabou com o numerador a contar 10 para nós e 9 para eles. Quanto ao desempenho da equipa tenho de me abster de tecer grandes comentários porque vi o jogo apenas parcialmente através da excelente transmissão em directo levada a cabo pelo Grupo Santiago, no entanto deixo dois pontos positivos: o regresso de Alex que se mostrou capaz e o papel fundamental de Miguel Silva na decisão por grandes penalidades, em que defendeu os três primeiros e o último e decisivo penalti numa demonstração de qualidade (não, os penaltis não são sorte ou uma espécie de russian roulette do futebol) que dá garantias de que continuará a ser uma figura de relevo das balizas portuguesas e uma excelente competição para Douglas. O ponto mais negativo foi, claramente, a lesão de Vigário. Alguns jornais desportivos davam conta de que, se o Vitória alcançasse a final, iria ser a equipa B a entrar em campo. Assim foi. Esta decisão demonstra que existe a harmonia e o entendimento necessários (que não se viu o ano passado) para a formação "principal" abdicar de disputar uma final mas, pessoalmente, não entendi o a lógica - jogar frente ao Rio Ave era uma boa oportunidade para pôr a equipa A à prova, afinal à 9ª jornada desloca-se a Vila do Conde. A equipa B, com alma e coração, não desperdiçou a oportunidade. Apesar de o começo não ter sido fácil e a perder por duas bolas a zero aos 20 minutos, foram competentes e mostraram-se à altura de serem chamados conquistadores ao virar o marcador para 3-2 e levantar o primeiro troféu da época!
A pré-época serve essencialmente para que a equipa se possa conhecer, entrosar, assimilar as ideias do treinador e se preparar para uma época intensa e onde falhar pode custar os objectivos da época. A equipa ainda não está fechada e com certeza vão haver ainda algumas movimentações (que, estupidamente, não acabam com o início do campeonato mas sim com o mês de Agosto) que, em princípio, vão acrescentar valor e qualidade à equipa. A média de idades, apenas mais um dado (ainda sensível a mudanças e portanto não é definitivo) mas que tem sido relevante na construção e desempenho das equipas vitorianas dos últimos anos, situa-se à data de redacção desta crónica nos 25 anos, de acordo com o site ZeroZero (onde Marega e Licá já são dados como certos sendo que ainda não é uma informação confirmada oficialmente por nenhuma das partes). Nos últimos anos a média de idades situava-se entre os 23 anos com a média mais baixa, de 22 anos, na época 2012/2013 (que terminou com a conquista da Taça e a mais alta em 2011/2012, com uma equipa com uma média de idades de 26 anos. É mais uma curiosidade do que um dado a considerar para qualquer propósito, no entanto julgo que é uma equipa jovem (a média não é tão baixa como nos anos anteriores mas temos de ter em conta alguns desfasamentos nas idades, como por exemplo entre Douglas e Miguel; o primeiro tem 33 anos e o segundo 21) mas que conta com um bom número de jogadores com experiência no futebol português. Esta combinação parece-me capaz de ser muito benéfica se devidamente aproveitada: o cruzamento de jogadores com mais conhecimento, segurança e em princípio mais certeiros com jogadores mais ousados, irreverentes, menos contidos, com vontade de se mostrar, menos convencionais e mais atrevidos. A pré-época ainda reserva mais uns testes interessantes e que podem ser proveitosos para o desenvolvimento e preparação da equipa pois são todos adversários que vamos encontrar, uns mais tarde e outros mais cedo, durante o campeonato. O próximo é já amanhã, mais uma vez frente ao Chaves; segue-se a participação no Torneio Capital do Móvel no próximo fim-de-semana que nos opõe, na sexta-feira, ao anfitrião Paços de Ferreira e no sábado frente ao Boavista. Para fechar o mês de Julho, no dia 31, o Vitória apresenta-se aos seus sócios na recepção ao Porto.
O início aproxima-se e, apesar de eu ser da opinião de que não há jogos fáceis, o nosso calendário tem um início intenso. Não é assustador, como já ouvi dizer, até porque de cada lado começam onze jogadores e a bola é redonda. No entanto começa a toda a velocidade e com muitas emoções com o mais intenso e interessante derby português a abrir as hostes no reduto vitoriano. Um jogo com características peculiares e com uma intensidade e pressão para a qual os jogadores que nunca o viveram "por dentro" têm de estar preparados. Segue-se o Marítimo na Madeira, onde o Vitória não apresenta um histórico favorável, e recebemos o Paços de Ferreira no castelo. Depois o Vitória desloca-se ao Dragão, onde não costuma ser fácil vencer o Porto e recebemos o Belenenses. A 6ª jornada está reservada para o derby vimaranense, que na primeira volta se disputará na casa do nosso vizinho Moreirense. Voltamos ao castelo para receber o Sporting e temos dois jogos fora consecutivos para encerrar o mês de Outubro: primeiro no Estoril e depois frente ao Rio Ave. Portanto dizer que vai ser fácil é meio caminho andado para ser tremendamente difícil. Deixa de haver desculpas depois do relógio começar a correr na nossa casa. A partir é a sério, todos os pontos são imprescindíveis e é importante lutar por cada um com garras e dentes, sem nunca desistir e sem nunca voltar as costas à luta. É fundamental que à data do primeiro jogo as tropas estejam preparadas para entrar em combate e para conquistar Portugal. A nós, o imprescindível e sempre presente 12º jogador, cabe-nos preparar as vozes, as camisolas, os cachecóis, as bandeiras e, principalmente, os corações para mais um ano de apoio, algum sofrimento, muita felicidade e um espectáculo incomparável nas bancadas.
Aos vossos lugares, conquistadores!
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