Depois de uma importante vitória - a nível da classificação, mas também a nível anímico - conquistada no Estádio Municipal de Braga ao rival de sempre, a turma vitoriana regressou a casa defrontar o Marítimo. Os verde-rubros entraram melhor no jogo e avisaram os branquinhos de que não iriam facilitar a vida ao anfitrião. A equipa da casa, depois de recuperar do choque, mostrou serviço e foi superior na maior parte do tempo. Duas oportunidades flagrantes que não foram aproveitadas por Bernard e pelo estreante Rafael Miranda fizeram com que este empate soubesse a muito pouco. Os dois pontos perdidos seriam importantes para subir, ainda que à condição, ao terceiro lugar da tabela classificativa e para cimentar o acesso à Liga Europa (quero acreditar que o quinto lugar já não escapa, mas ainda assim será bom aumentar o fosso para o sexto classificado enquanto se prepara o assalto ao quarto e, no melhor cenário, ao pódio). A época tem sido marcada por oportunidades não aproveitadas de dar um salto significativo na tabela.
O pior do jogo, e que eu condeno sempre porque julgo não beneficiar em nada o futebol, é a prática de anti-jogo. Já aconteceu com outras equipas no nosso estádio, como por exemplo com o Chaves, e voltou a acontecer perante os quase quinze mil vitorianos presentes no estádio no último sábado. O Marítimo, apesar de ter entrado bem, revelou que ficava feliz com um empate e o Vitória foi a única equipa que mostrou vontade de lutar pelos três pontos. É inadmissível que as equipas que adoptam essa posição no jogo não sejam punidas e é inadmissível que as equipas de arbitragens sejam cúmplices. No outro extremo do espectro, e apesar de eu raramente destacar individualidades, Bruno Gaspar e Konan continuam a ser dos melhores em campo. O primeiro já é bem conhecido dos vitorianos e, depois de uma fase menos positiva, encontra-se agora muito confiante e contribuí muito para a equipa. O costa-marfinense, proveniente da equipa B, encontrou o seu lugar na equipa A em Dezembro e o seu rendimento melhora de jogo para jogo. No entanto, o destaque maior é o colectivo que, apesar de não ter a pontaria afinada, jogou tanto quanto o Marítimo deixou - ou seja, sempre que não estava um jogador estendido no chão. João Pedro assistiu ao jogo da bancada e tudo o que os vitorianos lhe podem desejar é boa sorte e agradecer pelos anos de dedicação ao clube. Agora é um conquistador, como todos nós espalhados pelas bancadas e pelo mundo.
A janela de transferências encerra hoje e, apesar de já me ter pronunciado sobre a mesma há uma semana (aqui), há desenvolvimentos e, ainda assim, provavelmente não será assunto a ser encerrado hoje. Rafael Miranda, apresentado na última terça-feira, já teve oportunidade de se mostrar aos sócios no último sábado. Entrou em jogo já depois do minuto sessenta e, portanto, ainda é cedo para fazer qualquer tipo de apreciação. Não só porque jogou pouco tempo, mas também porque se juntou à equipa há poucos dias. O que marcou a sua estreia foi uma oportunidade desperdiçada que me parece fruto da ânsia de mostrar a sua competência. Não me alarma e não me preocupa.. Terá tempo de mostrar serviço e conto que o faça. O ponta-de-lança brasileiro, de 27 anos, chegou a Portugal em 2013/2014 para alinhar pelo Vitória FC e apontou 15 golos em 34 jogos. Captou a atenção do Levante e transferiu-se para o país vizinho na época seguinte. Os números não foram os melhores e apenas conseguiu apontar um tento nos 17 jogos ao serviço do clube. Em 2015/2016 regressa a Portugal e integra-se no plantel do Moreirense, onde faz uma das suas melhores épocas e, em termos de golos, a melhor época dos últimos anos: em 31 jogos, marcou 20 golos, conseguindo uma simpática média de 0,65 golos por jogo. Regressou ao Levante no início da presente época, mas foram poucos os jogos em que alinhou a titular. Chega, assim, ao Vitória a título definitivo. No último domingo, foi apresentado Fábio Sturgeon, de 22 anos, que chega do Belenenses. Esta época apontou 2 golos em 21 jogos ao serviço dos azuis do Restelo. Um dos assuntos que tem estado na ordem do dia é a demora de Marega em se apresentar ao trabalho. O Mali foi eliminado da CAN a semana passada e, à hora em que escrevo este texto, ainda não se apresentou no complexo do Vitória. Consta que o Vitória garantiu o empréstimo do jogador para o resto desta época e para a próxima, ainda incluído no negócio de Soares. Nestas situações, a transparência da SAD com os sócios evitaria novelas e especulação que não ajudam em nada. Parece-me que fica a faltar um médio, mas o mercado fecha apenas à meia-noite e, apesar de parecer pouco tempo, as próximas horas podem ser determinantes.
O Vitória desloca-se, na próxima Sexta-feira, ao terreno do Paços de Ferreira. Na primeira volta o Vitória conseguiu manter os três pontos em casa, com um resultado extraordinário de 5-3. Os golos vitorianos foram apontados por Hurtado, Soares, Marega (2) e por Mateus Silva, que marcou na própria baliza. Sempre que o Vitória vai defrontar a Paços de Ferreira defrontar a equipa da cidade, arrasta consigo uma multidão de vitorianos. Não acontece só na Mata Real, acontece em todo o lado. No entanto ninguém se esquecerá da imagem de todos aqueles adeptos que, sob uma chuva descomunal, cantavam cada vez mais alto e elevavam os seus cachecóis, e o nome do Vitória, a um patamar épico. A chuva transformou-se num sol resplandecente para os vitorianos que, não se importando com as consequências de ficar cerca de duas horas à chuva, marcaram presença. Como estiveram no último sábado. Como estão sempre. Os conquistadores não abandonam a sua equipa em nenhuma circunstância. Sexta não pode ser excepção! Sexta é dia de começar o assalto ao pódio. Se tínhamos, por ventura, margem de manobra para errar, essa margem começa a encurtar. Não tenho dúvida de que se o desempenho da equipa for espelhado na qualidade do apoio na bancada, os três pontos viajam para Guimarães.
P.S.: A comunicação social não o fez porque, provavelmente, não combina com as cores que defendem. Eu sei as cores que defendo e o meu coração só tem espaço para um clube, o Vitória. No entanto, sou de Guimarães e fico feliz quando Guimarães ganha. Guimarães escreve-se a dois nomes na primeira liga, Vitória SC e Moreirense FC. Sempre me orgulhei de ser assim e, portanto, resta-me congratular o Moreirense pela sua vitória na final da Taça da Liga. Foi o culminar de um percurso incrível. Que seja a primeira Taça da época a viajar para Guimarães. Que a segunda seja a Taça de Portugal, conquistada pelo Vitória!
Sem comentários :
Enviar um comentário