terça-feira, 25 de agosto de 2015

A minha estante | Belos e Malditos

Nome original: Beautiful and Damned
Nome em português: Belos e malditos
Editora: Relógio d'Água
Nrº de páginas: 496 
Ano de publicação: 1922
Um dos meus livros predilectos é o The Great Gatsby, do Fitzgerald. Por isso quis voltar a ler alguma coisa dele. O escolhido foi Belos e malditos, sem nenhuma razão especial. Bem, comprei este livro numa promoção. O preço dos livros está pela hora da morte meus amigos e há que aproveitar bem e com sabedoria as promoções.
Acho que o seu aspecto mais único é o carácter antagónico das duas personagens principais. Acho que foi a primeira vez que não gostei das personagens, só consegui ter pena delas. Anthony Patch despreza o trabalho e é um homem desprovido de vontade, tanto que ao início o conhecemos como um aspirante a escritor mas que não encontra forma de se sentar à secretária para escrever o que quer que seja. Gloria Gilbert é apresentada como a reencarnação da beleza, é uma jovem que gosta de se divertir e que também não dá grande valor ao trabalho porque sempre conseguiu tudo o que queria através da sua aparência tão esbelta e magnífica. Anthony e Gloria encantam-se um pelo outro e casam-se. Percebemos perfeitamente que estilo de vida ambos apreciam pela luxuosa e exorbitante lua-de-mel. Quando voltam a festa continua, literalmente. Dão festas que duram dias e onde o álcool é o convidado principal. No entanto não trabalham, nem têm intenção de o fazer porque esperam ansiosamente pela choruda herança que contam receber do velho Adam Patch, avô de Anthony.
Só que Adam Patch mantém-se firme e bastante vivo. O casal entra numa espiral decadente que se apresenta sem retorno. Os problemas financeiros começam a surgir de forma avassaladora, enquanto as festas e o álcool se tornam ainda mais presentes. O amor que antes parecia poderoso começa a desvanecer-se. O que tanto ansiavam acontece: Adam morre e eles preparam-se para receber a herança. Só que não é assim tão simples! Adam não deixa um único cêntimo ao neto. Assim, Anthony recorre num processo moroso e que se arrasta por demasiado tempo pelos tribunais até ser resolvido. Durante todo esse tempo a vida de ambos sofre algumas mudanças. Anthony vai, inclusive, para a guerra, Ou pensa que sim. Enquanto se encontra em serviço militar tem uma relação extraconjugal com Dot, uma menina frágil e que se apaixona loucamente por Anthony. Quando volta para junto da sua mulher continua a encharcar-se em álcool enquanto Gloria se questiona sobre a sua beleza e se confronta com o terrível medo de a perder quando é rejeitada num casting para participar num filme.
Não é um livro fácil de ler e às vezes exige mesmo uma segunda leitura. É bonito, no entanto. É poético como só Fitzgerald sabe ser. É, sobretudo, profundamente nostálgico. Não é, de forma alguma, o primeiro livro para se ler de Fitzgerald porque o mais provável é que, no final, o vejam como uma seca. Nem sei se deveria ser o segundo (como é o meu caso). Leiam O Grande Gatsby primeiro, é um conselho de amiga!
Neste momento tenho na minha mesa de cabeceira um clássico russo: Os Irmãos Karámazov de Dostoievski. Ainda vou no início por isso não tenho uma opinião formada. Aliás, tenho: é enorme e muito pesado, só consigo ler se estiver pousado alguma coisa, numa almofada ou nas minhas pernas. De outra forma é impossível ler este livro sem danificar os meus queridos e estimados pulsos. Entretanto vou falar-vos de O Coração das Trevas, de Joseph Conrad que já tinha aqui por casa para aí há meio ano e ainda não tinha pegado nele. Também pretendo falar-vos de 362765357 filmes que já vi e do amor da minha vida. Vou tentar, pelo menos!

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