terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A minha estante | Prometo Falhar

Nome original: Prometo Falhar
Autor: Pedro Chagas Freitas
Editora: Marcador
Nrº de páginas: 390
Adoro que me ofereçam livros. Há qualquer magia inerte à oferta de um livro. Nunca se oferece só um livro, oferecem-se mundos paralelos e mundos novos para onde podemos viajar conforme a nossa vontade. Este "Prometo Falhar" estava na minha wishlist à algum tempo por diversos motivos: já tinha lido passagens do livro que me tinham agradado muito, também tinha lido coisas muito boas sobre o mesmo e, indubitavelmente, porque o autor é vimaranense. Foi-me oferecido por uma amiga muito especial, a minha partner in crime (obrigada Luiza, pela milésima vez!).
Não era o que esperava. É descrito como um romance mas não é, para mim, um romance. Este livro não conta uma história. Este livro é uma colectânea de crónicas essencialmente sobre amor. É um livro agradável porque tem várias passagens que, isoladas, são extremamente bonitas e uma fonte de inspiração. No entanto não é um livro para se ler seguido, pelo menos para mim. Torna-se repetitivo porque tem imensos lugares-comuns e pode tornar-se até um bocadinho chato. É um livro para se ir lendo, para abrir o livro numa página hoje e ler uma ou duas crónicas e para a semana fazer o mesmo. Talvez por as minhas expectativas estarem muito altas (está em todos os TOP de vendas) fiquei ligeiramente desiludida, achava que era uma obra-prima. Não é. É um livro agradável com o qual qualquer pessoa se pode identificar com uma ou com outra crónica, que a cada página pensamos "eu já quis dizer isto, mas não me consigo expressar assim". Tem passagens extremamente bonitas que dão uma vontade incontrolável de ler e reler e escrevê-las em algum lado para não sair da cabeça. No entanto tenta definir amor demasiadas vezes; e eu sou da opinião de que amor não se define, não é assim nem assado: dá-se e mostra-se amor, não se define, não é palpável ou visível.
Uma coisa que tem e que ninguém pode tirar é um valor sentimental incomparável; oferecer livros diz tanta coisa!

P.S.: Acho também que é um livro que, por ter uma escrita muito distinta, não é fácil. Eu sou uma amante incurável dos clássicos (os meus livros favoritos são "Anna Karénina" de Lev Tólstoi,"O Grande Gatsby" de Fitzgerald e companhias), são livros que exigem muita atenção e principalmente um esforço emocional como nenhum outro estilo literário. Talvez por isso este livro me tenha deixado à espera de mais que nunca chegou. Associo-o (e não sei se mais alguém para além de mim faz a mesma associação) a Margarida Rebelo Pinto da qual já fui uma leitora assídua e da qual não consigo pegar nos livros (pelo menos não neste momento). Margarida Rebelo Pinto diz, livro após livro, que os homens são uns trastes e que só o amor feminino pode curar esse lado desprezível que eles possuem; Pedro Chagas Freitas (do qual só conheço esta obra, mas estou decidida a ler outro dos seus livros para ver como é o estilo) fala sobre amor, amor e amor. Tenho só a dizer que gosto e admiro o estilo despreocupado e singular que o autor adopta, é arriscado mudar e ser diferente e Pedro é a todos os níveis: são diversos os estilos ao longo do livro e o próprio livro não é comum. Aconselho mas com moderação pelos motivos acima enumerados e acho (é só a minha opinião pessoal de leitora compulsiva) que deve ser lido aos bocados e de forma desordenada.

2 comentários :

  1. Livros são de facto das melhores coisas que podemos receber como oferta!
    Quanto a este confesso que já lhe peguei por mais que uma vez e não tomei a decisão de o comprar.
    E depois de ler a sua apreciação acho que vou adiar a decisão por mais uns tempos.
    É que há outros que são prioritários e sobre os quais não tenho qualquer duvida em querer ler

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    1. Estava com elevadas expectativas e acabei por me desiludir. A partir de certo ponto é "mais do mesmo" e com demasiados clichés e lugares-comuns. No entanto, vale a pena ler uma alguns dos capítulos porque são realmente interessantes e bonitos!

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